Não resisto a partilhar esta nossa foto ! Todos os dias quando chego a casa, a Cookie dá saltos enormes, ri-se com os olhos, com a boca, com a cauda, e parece querer abraçar-me a qualquer custo ! E abraça. E largo tudo e assim que me coloco de cócoras ela lambe-me a cara e salta para o meu colo e ali se aninha para uma troca calma de mimos tão nossa que ninguém ousa interferir ! Ao princípio disto acontecer, os outros habitantes da casa tinham uma pontinha de ciúme ("ela não gosta de nós..."). Mas já passou. Acabaram por aceitar que mãe só há uma, e pode muito bem ser quem cria. A Cookie, cruzada de rottweiler com uma cadela sem raça determinada, veio para nossa casa com seis semanas. Era uma bolinha de pelo, preta e roliça que só dormia. Fugia até do Malhadinho, o coelho resmungão.
Foi conquistando espaço a par da sua curiosidade e hoje é maior que o Malhadinho. Mas a curiosidade e a loucura de se atirar aos carros em andamento quase que lhe acabou com a vida aos cinco meses de idade... bastou um segundo e já estava a ganir sem se conseguir mexer deitada na estrada.
Foi horrível.
Não sei como suportou as dores da bacia fraturada e todo o transporte até ao veterinário.
Não sei como suportei as dentadas nos braços de cada vez que lhe tocava e lhe provocava mais dor.
Não sei como tive forças para a levar ao colo até a casa e depois para o carro...
O que insultei (sem palavrões) o médico por não vir a correr abrir a porta !! Afinal tinha serviço de urgência ou não ?! Era a minha Cookie que precisava de socorro !
O mundo parou nesse dia. Foi como se de um filho se tratasse. E a culpa que sentia era tamanha... como não tinha travado a trela a tempo ? Como é que acontecera aquilo ?...
Fui trabalhar mais tarde. Entrei em desiquilíbrio sabendo que sou o equilíbrio de outros. Fiquei em casa uma semana a dar assistência à minha patuda. Foi o melhor que soube fazer e ela sabe isso e agradece todos os dias. Também eu agradeço. Talvez por ser tão novinha recuperou bem e corre e salta e faz derrapagens... é uma cadela louca e feliz, embora mantenha umas poucas mazelas ósseas do dito acontecimento. E hoje, com um ano e oito meses ainda tenta atirar-se a carros em andamento, ciclistas...
É uma companheira para todas as horas. Até enquanto estendo a roupa, a Cookie vai buscar um brinquedo e coloca uma pata à volta de uma perna minha e tenho de a arrastar se quero andar.
Conheço bem os diferentes latidos. A chamar-me, a ladrar ao coelho, a ladrar a quem não conhece ou ao camião de recolha do lixo, a ladrar aos melros, ...
Ela também me conhece. E bem.
Sem comentários:
Enviar um comentário