Faz hoje precisamente 30 anos que nasceu a minha "irmã" mais nova. Não o sendo, tornou-se aos poucos, pela proximidade de pensamentos e atitudes. Nasceu frágil e logo o seu pequenino corpo foi invadido para que lhe fosse proporcionada uma esperança de vida maior, condicionada a múltiplos fatores. Recordo-me de me passarem aquela bebé para os meus braços e eu sem saber como lhe pegar, com receio de lhe abrir os pontos... e ela com o olhar fixo no meu sustentava uma lágrima no canto daqueles olhinhos azul céu. Nem força tinha para chorar como qualquer outro bebé, simplesmente deixava cair as lágrimas... Valente. Sempre. Coragem não lhe tem faltado ao longo da vida. Do clã das mulheres, arrisco a afirmar que tem sido a mais corajosa de todas. Foi a que mais caiu de todas nós (em desmaios então...) e a que claramente se levantou mais vezes, óbvio. Lembro-me de a ver andar tão pequenina, de chucha ao peito e nariz esfolado... Toda a traquinice que não conseguiu explorar, refinou-lhe os gostos e a maneira de atuar na vida. Estuda, luta, vence, surpreende tudo e todos pois quem a vê não adivinha o poder que lhe vem de dentro. Todos os obstáculos que ultrapassou, contribuíram para que desenvolvesse aptidões e defesas próprias de uma verdadeira guerreira. E há muitos mais pela frente. Mas ela não desiste. Esta menina mulher é um exemplo de que com vontade, optimismo, empenho e sobretudo sem pressa se consegue atingir metas que muita gente sem qualquer limitação coloca de lado para não ter de se esforçar. Ninguém a engana. É minha mana ! Doce na intimidade, agressiva perante a vida.
(A menina da foto não é a minha mana, mas podia ser, pois também ela nos surpreendia frequentemente assim com roupas e calçado que não eram dela).
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