É tão comodo escrever... deitamos tudo o que apetece cá para fora e nem o papel nem o ecrã do PC se queixam. Vem-me ao pensamento que quem muito escreve pouco argumenta frente a alguém. É que é oportuno e comodo desabafar a escrever. Se expões as tuas ideias a alguém, ou não te ouve como gostarias, ou tem outro ponto de vista, ou pior ainda pode aproveitar a tua ideia... se as escreves adquirem outro significado. É ou não é ? Até parece que sabes escrever, que sabes qualquer coisa, pois a palavra escrita fica e a palavra falada é esquecida e/ou deturpada. Depois de escrita, quem quiser ler que o faça, quem não quiser que não o faça. E se alguém se manifestar (coisa rara...) terás tempo para pensar sobre a opinião que emitiu, se assim entenderes. Pois se não quiseres, simplesmente ignoras. É feio isto... mas é a realidade. Mais grave ainda: escrever é viciante. E se já escreveste o que sentias sobre determinado assunto, esse mesmo assunto torna-se um assunto arrumado, não havendo necessidade de falar com alguém sobre isso. Pois. Às tantas ficamos chatos e anti-sociais. Será ?! Nãoooo... de modo nenhum ! Ficamos é mais tolerantes com o que ouvimos fora dos nossos pensamentos porque já os pusemos em ordem antes de sair para a rua, ou não temos ainda opinião formada e ficamos caladinhos a ouvir quem sabe para depois então fazermos dançar os neurónios. Seja como for, gosto de escrever. Tenho livros, cadernos, folhas soltas... uma história com vários capítulos. Um dia queimei um caderno de um capítulo da minha vida. Puxei de um fósforo e ateei-lhe fogo. Fiquei ali a vê-lo arder até ao fim. Foi-se o caderno apenas. O capítulo está comodamente escrito na memória. Quando não se escreve há detalhes que se esquecem. Mas ao escrever, é impressionante, porque quando relemos volta tudo. Como se puxássemos o cordelinho daquela memória - e o ecrã de visualização ilumina-se de imediato.
E agora só porque me apetece: Smooth...
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