Tive um gato em pequenina mas por pouco tempo. Se por um lado o queria abraçar como um peluche, ele também não deixava que chegassem perto de mim facilmente. Teve de ir para outra família depois de me saltar para a cabeça assanhado, tinha eu uns dois anos... Talvez tenha sido a partir daí, que passei a ser avessa a gatos. Embora goste deles e admire a sua beleza, ainda não entendo bem o seu comportamento. Provavelmente por sempre me ter relacionado com cães, a minha atitude não seja a melhor com os gatos pois tento afagar-lhes a cabeça e o pescoço e quando parecem que estão a apreciar, dão-me uma ligeira dentada na mão ou num tornozelo e fogem. Siameses então já nem me aproximo... Mas tenho tentado e observo de longe na esperança de os conseguir compreender. Não contemos o gato laranja do fim da rua que me faz frente bufando assanhado ! Esse gato domina a rua e não há cão que não o respeite !
Pois ontem, mal abri a janela do escritório, tive uma visita inesperada daquelas a que é impossível ficar indiferente. Gatinha linda, pequenina, meiga, bem comportada, tão dócil que nem queria acreditar ! Deu um curto miado e pulou para o parapeito da janela, com as suas patinhas de veludo bem tratadas. Delicada, roçou-se pelas minhas mãos ganhando confiança. Sentiu-se à vontade para explorar o território pausadamente. Descontraída, chegou mesmo a expor a barriga para levar festas. Fiquei encantada ! Acho que um dia vou conseguir ter um felino entre os outros habitantes de quatro patas que há cá em casa !
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