Há dias, por necessidade de encontrar um determinado objecto, acabei sentada no chão a ver mil e uma fotos que tinha dentro de caixas num armário. Espalhei, fiz montinhos, dividi... Encontrei muitas recortadas o que me deu uma imensa vontade de rir. Não fui eu que as recortei e é curioso que olhar para uma foto assim ainda nos lembra melhor quem lá estava, e até o que se passou nesse preciso momento em que a máquina disparou. Todas juntas formam uma história mal contada, pois muitos dos momentos das fotos são criados para mais tarde recordar o que na verdade não existia. Ainda assim, há momentos dos quais não tenho registo fotográfico físico mas que estão para sempre arquivados na minha memória. Há imagens que a lente da máquina não consegue focar tão bem como o nosso coração. Há momentos deliciosos que deviam ser mantidos eternos mas que fatores externos à nossa vontade, fazem desaparecer para sempre. Custa quando queremos lembrar um momento partilhado e percebemos que somos únicos donos dessas memórias. Ou porque a pessoa já partiu para outra qualquer dimensão (foram tantas já!), ou devido a problemas que afetaram a memória.
Rever os bebés que foram nascendo na família, os avós todos, os Natais em família, ver-me de touca no meu barquinho de borracha na praia, a minha mãe tão bonita... Foi bom ver as fotos da infância feliz que tive, livre, solta, volta e meia de braço ao peito... Quanto mais idade temos menos livres somos, a não ser no pensamento que voa sem limites.
Rever os bebés que foram nascendo na família, os avós todos, os Natais em família, ver-me de touca no meu barquinho de borracha na praia, a minha mãe tão bonita... Foi bom ver as fotos da infância feliz que tive, livre, solta, volta e meia de braço ao peito... Quanto mais idade temos menos livres somos, a não ser no pensamento que voa sem limites.
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