quinta-feira, 2 de julho de 2015


As pessoas que me dão pena são aquelas que tendo o conhecimento na mão, preferem deixá-lo cair do que apreendê-lo. São sobretudo aquelas pessoas que nadando em ignorância, não dão importância aos detalhes da sua vida e ocupam-se dos detalhes da vida dos outros. Ou que insistem em ser o centro das atenções por motivos absurdos. Tenho pena das pessoas que descuidam o seu interior enfeitando em demasia o exterior, tapando o sol com a peneira. (Não tenho pena da mãe pobre que se subalimenta para comprar um caderno para o filho ir à escola – admiro-a, venero-a, merece ajuda). As pessoas de quem tenho pena não me ensinam nada de novo, muito pelo contrário. Confundem, empatam, produzem “lixo” verbal, atrasam, estagnam, são repetitivas, dão demasiada importância a coisas fúteis e insignificantes a meu ver, claro está. Depois… depois temos as outras pessoas, as que nos dão asas ! E é tão bom quando encontramos uma dessas pessoas ! Toda a tranquilidade que nos proporcionam, é como um campo aberto que é sempre mais e mais extensível, não há  limites para assuntos, não há cercas nos campos, não há preconceitos nos temas, os gestos são naturais, tudo simplesmente flui… A paz que se sente na presença dessas pessoas é inexplicável. Parece que a tensão nos ombros se esvai imediatamente pelas extremidades dos braços. Caminhas na mesma direção com essa pessoa ao lado, sem os desencontros frequentes que se verificam com outras pessoas. Basta dizeres uma ou duas palavras que a pessoa completa o resto da frase, estão em sintonia. É como viver na mesma frequência. As pessoas que nos dão asas estão dispostas a voar connosco, e a planar contra o vento, a descer em voo picado, a fazer uns loopings de vez em quando, a tomar o lugar da frente no bando por nós…

Sem comentários:

Enviar um comentário