terça-feira, 14 de julho de 2015

A grande caminhada da Vida VII

Há qualquer coisa que não está bem... Alice sente os pés frios. Olha para baixo e vê água no seu caminho. A água, esse elemento que tudo consegue invadir contornando cada pequeno obstáculo, engolindo e arrastando tudo à sua passagem quando em quantidade. A sua força pode ser brutal. Mas que água turva é esta, de onde veio ? Alice está próxima do pântano... à sua passagem há mãos que  surgem do chão tentando desequilibrá-la para que seja sugada por toda aquela lama viscosa. Ela continua por aquela pequena ponte de pedras que se desmorona à sua passagem. Alice sabe que não pode voltar atrás. E sabe também que se colocar mal o seu pé pode acabar com tudo. Rebenta um trovão e a chuva escurece a visão do caminho. É então que do nada as árvores lhe estendem os ramos trémulos e a ajudam na tempestade. Há uns que se partem, outros a que não chega. Mas há um que a sustenta. Parece não terminar nunca esse ramo. É o ramo da vida, do amor que a gerou e que mesmo frágil suportará sempre as suas debilidades. Está sempre lá, até um dia também ele partir. Alice toca-lhe e sente a energia a renovar-se em si. Sente que tudo pode vencer. Não haverá pântanos, tempestades, ventos que a travem. Alice é luz e não haverá sombra que a apague. Ergue os braços aos céus e mais uma vez agradece. O caminho faz-se caminhando. De cabeça erguida !



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