quarta-feira, 24 de junho de 2015



Continuamos a viver numa sociedade patriarcal e fortemente machista, que estigmatiza a mulher que não é a típica esposa ideal e mãe de filhos, super mulher em tudo o que faz, sem ter tempo livre para si. Depois de tantos anos de luta, do direito ao voto, do direito a aprender a ler, depois da evolução verificada sobretudo a partir dos anos 70, poder usar calças ou mini saia, da conquista do lugar da mulher na sociedade de trabalho, depois de se ganhar o direito a ter ou não filhos, o direito a optar por amamentação ou aleitação, … como é que a palavra “divórcio” causa repulsa ? Como é que a simples ideia da palavra pode só e apenas causar sentimentos negativos ? Por favor… chega de hipocrisia !!! Comecei bem o dia como se vê... e a pessoa pôde falar à vontade pois nem me conhece. (Convém dizer que a pessoa em questão é católica praticante e aconselha casais em risco - mas não me sinto menos católica que ela por não ir todos os domingos à missa, aliás, sou bem menos agressiva em qualquer discurso). Como é claro, todas as famílias têm problemas. Ora, nem os problemas são iguais para todas, nem as famílias agem da mesma forma perante as dificuldades enfrentadas. Há as famílias que tentam resolver os problemas e que por vários motivos conseguem ultrapassar essas fases menos boas, e há as que embora tentando (todas tentam !) não conseguem resolver também por motivos vários. Serão essas condenáveis ?! Já chega !! O divórcio existe para dar outra oportunidade para se ser feliz quando a primeira fracassou. É bom não se ser “obrigado” a algo para a vida toda. É bom haver segundas oportunidades em tudo na vida. Ninguém tem que ser o melhor à primeira vez que tenta. A situação de cada um, é isso mesmo – a situação de cada um, o que quer dizer que é única. E sabemos que uma grande parte das famílias que têm o casal junto, infelizmente às vezes não passa de uma fantochada, sorriem as mães aos filhos para depois chorarem assim que se fecha a porta. Têm o pai à mesa à hora de jantar, mas falta na final do campeonato e nem sabe quem são os amigos do filho. Às vezes mais vale a separação que responsabiliza, que divide papéis, que fomenta o aproveitamento do tempo partilhado, que torna importante a companhia e a conversa. Um divórcio não pode ser visto como um fim mas sim como um recomeço. A mulher divorciada se andar cabisbaixa é a “coitada” e “infeliz”. Se andar bonita e com o astral animado é catalogada com uma lista de nomes de animais e afins. Parem com a estupidez de uma vez e aceitem a diversidade de situações pois o mundo é mais rico e bonito se nos aceitarmos uns aos outros, sem querermos intervir no caminho que cada um escolhe.

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