terça-feira, 23 de junho de 2015

A velhice é um estádio da vida dificilmente aceite. Não se podendo ser jovem para sempre, as alterações externas evidenciam-se quase sempre primeiro que as internas. É a ruga ao canto dos olhos e da linha do sorriso, o cabelo branco que surge irreverente no meio dos outros, os pés começam a implorar mais conforto que elegância, a pele das mãos que engrossa, a redefinição do corpo… vai chegando a pouco e pouco e parece que ninguém a quer receber. Desencadeia-se uma luta desenfreada contra  os sinais com variados produtos naturais e químicos, como se alguém pudesse ir contra o tempo, esse tempo contínuo e infinito por onde passamos uma única vez. Não nos devemos enganar a nós próprios pensando que estamos a iludir os outros pois há consequências em cada decisão que tomamos. De que serve correr a injetar botox para depois ter que recorrer a uma manutenção permanente ? Imagine-se que a vida muda para pior em 6 meses e se mantém – o envelhecimento reaparece ! Perdeu-se a magreza e recorre-se a todo o tipo de produto milagroso no mercado para recuperar a silhueta, e depois ? Espero que as pessoas pensem que há consequências a nível da saúde, de que serve estar magro e doente, sem brilho nos olhos e vontade de viver ? Ainda no outro dia li sobre a hipotética situação do aumento de hemodiálise nos próximos 20 anos, na sequência de dietas loucas, pois os rins são os órgãos mais afetados. Talvez fosse melhor procurar um endocrinologista. Tenham juízo. Aproveitem cada momento da vida, pois cada idade tem as suas recordações sejam elas boas ou más, mas próprias de cada estádio de vida. O aspeto exterior  é o reflexo do estado interno, por isso mexam-se, façam ginástica, tratem das articulações e não deixem a parte óssea sem atenção, passeiem na Natureza, apreciem a vida, alimentem a alma, como diz uma amiga minha “não vivam com a natureza, vivam na natureza”. Não queiram voltar aos 20 anos porque de certeza que se tinha muita energia mas pouca sabedoria. Leiam, aprendam qualquer coisa diferente do habitual, falem com pessoas novas, troquem ideias, ganhem conhecimento e transformem-no em sabedoria, apliquem-no. Foi todo o passado que fez o nosso presente. Se não tivesse sido o que foi, hoje não seria o que é. Foi muito bom ser criança. Hoje é muito bom ser mãe. Será ótimo se chegar a ser avó. Mas se não o for, pelo menos espero chegar à velhice com discernimento e bom humor associados a qualidade de vida. Acho que são as características essenciais para enfrentar o dia a dia. Já o meu avô dizia “nunca percas a criança que há em ti” e o meu pai segue esse conselho do seu pai, que já me foi transmitido para que o siga de igual forma. Não se esqueçam que uma pele sem rugas corresponde a um corpo sem história. E todos temos a nossa história, não é …?



Para ajudar, já depois desta publicação, li isto .

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