Há alturas em que não temos inspiração para nada. Nem para escrever, nem para combinar a roupa a vestir, nem para ocupar os tempos supostamente livres, nem para arrumar a casa,... para nada. Será isto efeito do meu planeta regente estar retrógrado até dia 25 ? Estou a falar de Mercúrio, que depois disso estará em Júpiter, meu planeta do amor. Espero então que tudo melhore porque é muito aborrecido quando confiamos no rumo das coisas e a meio temos de fazer uma paragem para impor regras e alterar a direção.Refiro-me a ser mãe. Refiro-me a dois filhos maravilhosos que tenho mas que como todos a certa altura, tentam ser eles a impor a sua vontade. Obviamente ainda não têm maturidade para isso. Mas estas coisas moem muito o coração de mãe. Os pensamentos que me ocorreram foi tudo na base de "onde é que estou a falhar?" "o que estou a fazer de errado?" "impressão minha ou o respeito está a fugir?" "mereço tudo isto?"
Foi preciso uma noite de sono (minha querida almofada amiga!) para de cabeça fria transmitir com determinação as novas orientações. O travesseiro é sempre bom conselheiro e é verdade. Não tenho de me sentir culpada de absolutamente nada porque faço o melhor que posso e que sei. São bem tratados, têm o que precisam (e um pouco mais até), têm amor, têm uma mãe que os ouve com atenção e se interessa, que se ri com eles, que gosta da sua companhia, que se esforça para que nada lhes falte, que aprende com eles e lhes ensina o verdadeiro sentido da vida - fazer o bem para que o bem volte, é assim que serão felizes. E não tenho tido razão de queixa até agora. Muito pelo contrário. É frequente receber elogios ao comportamento dos meus filhos. Mas em casa tenho sentido um desleixe que a partir de hoje vai mudar.
Regra nº 1 na chegada a casa: a mãe precisa de ajuda ? o que podemos fazer para ajudar ? há sempre algo para fazer, seja passear a cadela, lavar o chão do quintal, dar comida aos pets, arrumar a loiça lavada que está na máquina, tirar a roupa da secadora, sacudir um tapete, arrumar compras,... tanta coisa e costuma ser sempre para a mãe fazer! Se também gostam de estar com a mãe, têm de contribuir para que tenha tempo livre para eles. E outra coisa, o telemóvel não entra na sala de jantar, fica à porta. Os amigos não têm de jantar connosco. É o nosso espaço, os nossos momentos familiares, sagrados porque nossos e íntimos pelas conversas. E mais, quando um fala o outro escuta, com ordem à mesa e postura. Quer queiram quer não queiram, eu sou a mãe e isso dá-me poder para ditar as regras. Entendido ? Ficou acordado que em época de testes serão aliviados de algumas tarefas.
Mãe também merece folga. Tem que ter carinho e descanso para poder ter o sorriso esperado por todos. É que mãe também é filha e quando essa filha vira mãe, há uns pais por trás que também a preocupam tanto como os filhos que tem. Por vezes torna-se difícil manter o equilíbrio sem um(a) irmão para partilhar preocupações. E o reconhecimento não chega de nenhum lado porque se espera que uma mulher faça tudo sem se queixar.
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