sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Quando ao ler as notícias do dia deparo com títulos que põem em causa os valores, crenças e liberdade das pessoas em determinadas situações inofensivas a terceiros, faz-me pensar muito. Irrita-me. Dá-me uma certa revolta.
Como é que uma professora universitária se recusa a dar uma aula de Direito porque na audiência tem três alunas com véu sobre a cabeça (hijab). Aconteceu em França, perto de Paris, num local onde o uso de véu é permitido. E a senhora professora, que acabou por dar a suposta aula embora sem a presença das referidas alunas, justificou o acto como sendo feminista (?) e considera o véu um símbolo de submissão. E com este acto chamado por si de feminista (para mim é discriminação), nega o acesso a uma aula provavelmente com informação pertinente a três alunas, porque têm crenças diferentes da sua. Uma professora universitária. De Direito.
Depois temos também o caso de A.R. Rahman, vencedor de dois Óscares pela banda sonora de Quem Quer Ser Bilionário. Apelidado de "Mozart da India", este compositor ofendeu um grupo islâmico indiano com o seu novo projeto musical. Rahman pede desculpa e diz que apenas fez a música, não o filme que é sobre o Profeta Muhammad. Como o próprio afirmou: "A minha decisão de compor a música para este filme foi tomada de boa-fé e sem intenção de ofender. E se eu deparasse com Alá e ele me dissesse no Dia do Julgamento "Dei-te fé, talento, dinheiro, fama e saúde... porque é que não fizeste a música para o filme do meu querido Muhammad? Um filme cuja intenção é unir a humanidade, limpar preconceitos e espalhar a minha mensagem de que a vida se baseia na bondade e não em matar, sem piedade, inocentes em meu nome".

Há momentos em que penso que estou enganada e não vivo no séc. XXI. Embora noutro registo, parece que voltamos à Inquisição, à perseguição, a apontar hereges, a mandar para a fogueira...


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