Hoje amanheci com (mais) medo. Medo de te perder. Para sempre. Desde que o ano civil começou que sinto a presença da morte. Vai, vem, espreita, estica a mão... indecisa sobre o que (ou quem) escolher. Saio de mim e tento ter a sua visão e a escolha evidente seria a mais fácil, fortalecida pela vulnerabilidade resultante de anos de sofrimento. Mas... e se não for ? será que é a morte que escolhe ou é a vida que se lhe entrega ? Já te tocou 3 vezes de forma mais vincada, mais atevida por encurtar o período de tempo em que ocorre. Dizem que "à terceira é de vez" - não foi no teu caso. Continuas a tratá-la por tu, a dar-lhe ordens de retiro porque não é chegada a hora. E devagarinho, vais saindo desta dimensão, aceitando lentamente a chamada por entre lágrimas de saudade do que já foste, antevendo em nós o que seremos de ti e em ti.
Não queria que fosses,
Nunca.
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