terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Anda tudo na correria para comprar passas, champagne, caviar, lagostas, serpentinas e outros confetis, roupa brilhante e provocante... e entre sorrisos e toda esta pressa de viver a passagem do ano velho para o ano novo, já se lembraram de quem está sozinho ?... não é estar sozinho por opção é não ter ninguém para companhia mesmo que o deseje muito ! Quem não tem família, quem a tem mas é como se não tivesse, idosos que vivem sós, pessoas com limitações, até mesmo alguém jovem que está só num país que não o seu... há tantas situações diferentes. Mas atenção, não se esqueçam de todas as outras "passagens" de um dia para o outro ! De facto comemorar a passagem de um ano para outro é quase como comemorar o aniversário. Mas porquê comemorar isso de ano a ano ? todos os dias devemos ficar felizes por mais um dia em que acordamos, ter fé, esperança em dias melhores, agradecer com um sorriso e pensar no "outro", descentralizar do nosso ego e ajudar com vontade quem precisa todos os dias do ano, não apenas nesta quadra. E às vezes não é preciso gastar um cêntimo para ajudar quem precisa, basta estarmos lá. É bom tomar consciência da importância da nossa companhia e boa disposição na vida de alguém pois os efeitos podem fazer toda a diferença para essa pessoa. E o retorno, é simplesmente amor, e sabe bem. Ainda ontem tive um problema de locomoção e para andar tive de apoiar-me numa bengala (parecia uma velhinha). No entanto, após medicação intramuscular retomei a postura e embora coxeie já me movo sozinha. Para não preocupar determinada pessoa que tinha combinado acompanhar hoje num exame médico, nada disse a não ser hoje de manhã, pois já estava bem melhor. Tive um retorno lindo, tranquilo, de companheirismo, amizade pura, que me acompanhou posteriormente a nova tomada de injeção, deixando-me em casa no fim de tudo. É isto que importa. Fazer sem esperar que nos façam. Dar sem esperar receber. É com estas pessoas que contamos sempre e esperamos que contem connosco. No entanto, devemos de estar atentos pois é provável que estas pessoas sempre prontas a ajudar se retraiam na hora em que são elas a precisar. É outros dos meus objetivos para 2016: estar atento. Espero também escutar mais e falar menos - quem escuta deve aprender e se vai falar deverá ser para ensinar. Quero ser mais tolerante também. E rir muito. E fazer mais coisas que gosto. Acima de tudo, quero ser uma pessoa melhor todos os dias um pouquinho mais. E vocês, já estabeleceram as vossas metas para o próximo ano ? Feliz Ano Novo !

I have a dream, you should have one too! B E L I E V E !

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015




Esta noite não te sintas só. Acende uma vela e sentirás a minha presença... Estamos juntos sempre que quisermos. Feliz Natal !

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Estamos a chegar ao fim do ano. É altura de balanço, de ver o que corrigir no próximo ano, de por de lado o que não se quer, eleger por que lutar. Neste fim de ano estou particularmente sensível. Nem consigo pensar bem. No início de 2015 não tinha objetivos estabelecidos - o que nunca tinha acontecido. Tinha umas ideias mas talvez quisesse dar uma folga a mim mesma e não quisesse impor-me metas. Sei lá. Este ano tenho objetivos, todos a longo prazo e assentes em certezas, em bases estáveis e bem definidas, se não forem assim não vale a pena. Sim, estou exigente. Com coisas e com pessoas. Sei bem o que não quero. E não, não esperem que peça desculpa. Cansei de tentar agradar a todos. Tenho um mundo muito meu, especial. Quem faz parte dele poderá sempre sair mas dificilmente alguém conseguirá penetrar nele. (It has to be very special)

Fiquem com Brandi Carlile, tenho estado toda a tarde a ouvir um concerto dela ao vivo.

Resultado de imagem para waiting for love

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

“Não use o telemóvel enquanto conduz. Boas Festas em segurança”.


Foi esta a mensagem transmitida pela senhora que está escondida na máquina de pagamento automático na portagem. Sempre que ela me diz “boa viagem” normalmente agradeço. Noutras vezes que estou menos bem disposta, aproveito para insultá-la quando pede o cartão de pagamento pela segunda vez. Coitada. Até é simpática mas como é mais contida do que eu, descarrego amiúde o meu mau feitio em cima dela. Nunca se queixou. (ah ah ah ) Desta vez fiquei a pensar na mensagem. Fiquei a pensar em quantos condutores como eu ouviriam aquelas palavras de forma a que seguissem o seu caminho pensando no seu significado. É que não é só pensar na nossa segurança mas também na dos outros que se cruzam connosco. Eu sou cuidadosa mas se quem vem de frente não o for… E não é só nesta quadra que devemos refletir sobre este assunto mas sempre que nos sentamos ao volante para iniciar qualquer viagem. Seja telemóvel, álcool, velocidade, desordem no habitáculo da viatura, música demasiado alta, condições climatéricas adversas, piso alterado, ou mesmo a nossa saúde debilitada, tudo deverá ser pesado na balança da segurança. No nosso carro entra quem nós gostamos por isso devemos manter a sua integridade. Boas festas a todos, em segurança. Vale apena pensar nisto.




Quantos anos tenho?
Tenho a idade em que as coisas são vistas com mais calma, mas com o interesse de seguir crescendo.
Tenho os anos em que os sonhos começam a acariciar com os dedos e as ilusões se convertem em esperança.
Tenho os anos em que o amor, às vezes, é uma chama intensa, ansiosa por consumir-se no fogo de uma paixão desejada.
E outras vezes é uma ressaca de paz, como o entardecer em uma praia.
Quantos anos tenho?
Não preciso de um número para marcar, pois meus anseios alcançados, as lágrimas que derramei pelo caminho ao ver minhas ilusões despedaçadas…
Valem muito mais que isso
O que importa se faço vinte, quarenta ou sessenta?!
O que importa é a idade que sinto.
Tenho os anos que necessito para viver livre e sem medos.
Para seguir sem temor pela trilha, pois levo comigo a experiência adquirida e a força de meus anseios.
Quantos anos tenho? Isso a quem importa?
Tenho os anos necessários para perder o medo e fazer o que quero e o que sinto.

José Saramago

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015




Entre as folhas caídas que o regaço do tempo acolhe
formando manto de momentos vividos
morrem as promessas de loucuras futuras
afogadas em amassos e apertos que tu e eu
entre palavras de ocasião soltamos, juras de mentira
foram beijos roubados, olhares de perto cruzados
nunca o inverno foi tão quente...


terça-feira, 15 de dezembro de 2015


"... tem dias que a gente só quer acreditar no que ainda vamos sentir."

Há tanto para descobrir em mim por mim mesma
este invólucro de sentimentos que transborda constantemente
com receio de se dar a conhecer
tantos porquês para responder
tantos abraços por sentir e sorrisos por esboçar

Eu sirvo (te)
tu serves (me)
ele serve (te, me, nos...)
etc
nós aproveitamos
vós aproveitais
eles aproveitam
...
eu retribuo
tu aproveitas
ele inveja
nós somos parvos
vós quereis mais
eles são espertos
...
As relações entre humanos são inevitavelmente relações de interesse, assente no serviço prestado o qual pressupõe retribuição, seja ela consciente ou não. Mesmo um progenitor que ama o filho e faz tudo para que o mesmo esteja bem em todos os aspetos espera algo em troca, seja um sorriso, um beijo ou simplesmente perceber a satisfação de bem estar do filho. Pegando nesse "serviço", há uns que servem mais e melhor que outros. Há os que estão sempre prontos a servir os outros, a ajudar, e que o fazem bem e com gosto, sendo por iniciativa própria ou por sugestão de terceiros. E depois há os que só "servem" se houver contrapartida. Pensando bem, ainda há um terceiro grupo. São aqueles que se disponibilizam para servir mas que na hora H nunca podem fazê-lo, no entanto recebem de braços abertos o serviço que os outros lhe podem prestar. Enfim. A vida é feita de trocas, de alegrias e tristezas. Hoje dou-te eu. E amanhã quando eu precisar, estarás lá para mim?

Resultado de imagem para dar e receber

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

A Grande Caminhada da Vida XIV

Alice trazia no coração a esperança do advento que lhe fora cuidadosamente transmitida ao longo dos anos que rapidamente passaram sem que por eles desse conta. Mantinha a fé, o entusiasmo, o desejo de reunir a família para que o Natal voltasse a fazer sentido. Como todos os anos, a morte baixava à Terra espalhando o seu fedor. Alice receava sentir esse cheiro nauseabundo que todos os anos ameaçava os mais debilitados da família. Este ano não seria exceção. A precaução e o medo instalara-se. A família dividida era uma falha a eliminar pois era como um muro com brechas, enfraquecido pela força do vento. Alice sentia frio de vez em quando sem distinguir se seria a morte a rondar ou o espirito mau do Natal a querer castigar a falta de união familiar. Alice sabia que era possível. Era possível unir a família, sim. Mas essa possibilidade incluiria a presença da morte. Só isso iria dar uma lição a todos, só isso iria aproximar e unir a família. Alice, sentada à porta no baloiço sobre a neve, olhou para o céu fixando a estrela mais brilhante e desejou que a vida expulsasse a morte. Sabia que ficariam separados fisicamente, mas a sua alma estaria tranquila e o Natal faria sentido porque o amor vence tudo.



quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Reflexão...

Há períodos do dia ou dias, em que parece que nos cruzamos na rua apenas com um determinado tipo de pessoas. Pensem lá se de vez em quando não vimos muitas grávidas, por exemplo ? ou pessoas muito gordas, ou pessoas com deficiência, ou mendigos a pedir esmola ? quase nunca nos aparecem pela frente pessoas muito bonitas… enfim (tirando as grávidas, claro, que possuem uma beleza singular). De há dois dias a esta parte tenho-me cruzado com gente muito feia. Mesmo. Acredito que o sejam apenas por fora, na sua maior parte. Pessoas desdentadas, com dedos amarelos pelo tabaco, de cabelos desgrenhados, alguns muito magros, outros sujos, a falarem alto, pessoas de ar suspeito mas ao mesmo tempo aparentemente pessoas sem qualquer receio de nada nem de ninguém. Saí do caminho habitual. Às vezes faz bem. Decidi caminhar por um bairro menos afortunado. E se vi muito do que esperava pelo lado negativo, também fui surpreendida pela positiva. De uma casa muito humilde, saía o som de uma ópera lindíssima que enchia a rua. Vi gaiolas de pássaros nas varandas, vi gatos, vi moscas dançando em locais menos frequentados. Espreitei tabernas vazias, vi mulheres a fazer croché à porta de casa. Vi trocas entre palavras bichanadas e olhares desviados mas que tudo controlam. Vi um carpinteiro a lixar madeira e um serralheiro a trabalhar na hora de almoço que deve ser curta. Vi a vida ali ao lado, com os mesmos olhos, mas vi vidas diferentes embora sejam iguais todos os dias. Talvez ficasse mais atenta e agora olho para as pessoas e as que se destacam são as mais significativas para mim, essas que me puseram a pensar.


Parce que la vie c'est l'amour... et l'amour c'est ma vie, j'aime cette musique.

Méditation de Thaïs - Jules Messenet

sábado, 5 de dezembro de 2015



Terminei hoje. Foi difícil no princípio. Depois começamos a ver a obra ganhar vida e apaixonamos-nos. Há um altura em que não sabemos mais o que fazer. Mas começamos a fazer os pormenores que fazem a diferença. E parece que a obra nunca mais ficará acabada. E de facto, há sempre mais um retoque que podemos dar... Mesmo assim, acho que ficou lindo (não quero cá saber de modéstias). Próximo passo: escolher um moldura que realce a pintura !

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

A grande caminhada da Vida XIII

Alice está cansada. Cansada da velocidade a que o tempo passa. Já questionou muitas vezes se é o tempo que passa por ela ou se será ela que corre através do tempo. O tempo está sempre lá para todos, permanecendo inalterável, sempre com o mesmo ritmo, no mesmo espaço. Mantém-se, portanto. Tudo o resto é limitado precisamente pelo tempo. A cronologia não pode ser invertida. O tempo é o senhor de tudo. Impõe-se desde o começo, a origem, que evolui e tem um fim. Nascemos, crescemos, morremos. A morte vem no fim do percurso de tempo que nos é concedido. Não dá para inverter. Os verbos são conjugados em tempos verbais. Tudo depende do tempo e dizer "dar tempo ao tempo" é uma perfeita loucura ! O Tempo tem o tempo todo de todos ! Nós é que temos de contrariar o tempo ocupando o seu espaço da melhor maneira possível, não deixando lacunas no tempo que nos é concedido. Dar o nosso tempo a alguém é dar um pouco de nós, um pedaço da nossa vida que não volta. Alice conclui que o tempo é o que de melhor se pode dar a alguém por isso tem de valer a pena para não sentirmos que nos roubaram o tempo. Mas... e o amor onde fica ? O amor precisa de tempo para se revelar, de espaço para se dar no tempo e é a melhor forma de aproveitar o tempo.
Alice segue, confiante, porque o amor sempre ocupou espaço no tempo da sua vida.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015



O passar e nada dizer
o olhar antes de virar na esquina
o perguntar sem dar a saber
o ser capaz de manter o silêncio
e esconder o sentimento...




terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Resultado de imagem para yoko onoSomos mulheres. Nascemos nuas, como todos os bebés. Toda a vida carregamos o estigma da beleza física. Só mais tarde percebemos que a verdadeira beleza não é exterior, e que a beleza de ser mulher é precisamente aquilo que não se vê. É o que é intrínseco ao facto de ser mulher. Sente-se, está lá. E se não nos amam por aí, nem vale apena aceitar um pseudo amor limitado à imagem física. Gosto muito do calendário da Pirelli para 2016. Mulheres reais fotografadas pela objectiva de outra mulher real.

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Gosto tanto quando estamos juntas ! Ontem estivemos as cinco, só faltou a matriarca que por não conseguir locomover-se não nos pode acompanhar. A força que temos juntas, o poder que emana de nós, o brilho que ofusca olhares maliciosos... Naquele ambiente em que  surgiam de todo o lado amigos de infância das nossas mães e familiares, foi engraçado as apresentações, as comparações, o quererem tirar parecenças entre nós a todo o custo, e todas nós e cada uma com o seu ar traquinas que mantemos sempre na brincadeira. É giro. Quando só vêem uma de nós, baralham-se com quem na realidade é trocando identidades, e quando nos viram todas juntas baralhados ficaram. Não somos antipáticas para ninguém mas temos as nossas preferências, como em tudo, e não é fácil perfurar o nosso círculo pois a energia une-se de tal forma que se torna numa redoma de força, repudiando quem não vier por bem. As mulheres da minha família materna são todas assim, temos algo de místico, extra sensorial, hiper intuitivo e protegemo-nos naturalmente, sempre ligadas mesmo que distantes fisicamente. 

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Houve um tempo...



Houve um tempo sem passado
um tempo que vivi presente
sem temor, feliz, com muito amor
Houve um tempo de esperança
em que corria no tempo, sem tempo, com pressa
pressa de crescer
de encontrar o futuro...
e o tempo passou.
Houve um tempo de prosperidade
de construção, de visão,
conhecimento e investimento
seguido de desilusão, quebra, corte, fim.
Houve um tempo de recomeço
de novas metas no horizonte
onde a maturidade impera sem pressa
num tempo sabiamente tolerante que encurta cada vez mais
um tempo de retiro, de reflexão, de silêncio
onde só interessa quem amamos
e cada dia nos damos mais
e cada dia nos perdemos mais
porque cada dia nos encontramos mais.
Corri a vida à procura de mim
certa de que me havia perdido algures
afinal estive sempre aqui
quero fechar o abraço e não consigo
busco o que não poderei ter porque não existe
mas não aceito menos que isso
e deixo o sonho fluir...
e o corpo teima em ficar para trás
vão caindo folhas e ramos secos
e um dia que se quer longe
virá um vento forte e derrubará a árvore.
Houve um tempo de incertezas
que não volta.




quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Nem sempre um dia bonito, de céu limpo e sol brilhante, pode ser um bonito dia. Tudo depende do nosso estado de alma. Quantos dias cinzentos de chuva são maravilhosos ?


A manhã estava vazia. O pombo olhava-o. E ele, à beira rio, caminhava lentamente, parava e recomeçava. Que pensamentos ocupariam aquela mente ? que preocupações atormentariam o seu coração ? saberia para onde ir ? teria para onde ? estaria alguém à sua espera ? ou esperaria ele por alguém ?... Não sei responder.


Enquanto isso, descobri outro amante de pombos. Muitos podem julgá-lo como um solitário, eu vi-o feliz. Alimentava os pombos naturalmente e eles conheciam-no. Mesmo quando acabaram as migalhas, os pombos permaneceram por ali, alguns mesmo por cima dele. Não deixa de ser interessante verificar que à medida que a velhice vai chegando, vamos nos aproximando da Natureza, libertando aos poucos a vida térrea para conquistar a espiritual.


quarta-feira, 25 de novembro de 2015

O pote da calma (entrem no link)

Tão importante este assunto. No período entre os 2 anos e meio e os 5, 6 anos quantas vezes tive que pegar na criança que fazia a birra e falar-lhe de outra coisa totalmente diferente que sabia ser do seu interesse. Chegamos a ter uma almofada para descarregar maus sentimentos ! No início deste ano, tivemos também um frasco com "medos" escritos em papelinhos que depois de dobrados eram fechados no frasco. De vez em quando tirava-se um papelinho à sorte e abordava-se o assunto. Deu bons resultados, contribuiu para a emancipação e melhor auto estima.
Para mim que sou mãe, é fundamental conseguir travar o descontrole que muitas vezes acontece em chamadas de atenção lá em casa. Pré puberdade e adolescência são muito ricas em acontecimentos, descobertas, tentativas de permissão, a par de um lindíssimo período da vida em que reafirmamos a nossa personalidade e nos preparamos para uma vida adulta futura. Ora, é preciso sabermos controlar o rumo que muitas situações tomam, pois é próprio nestes períodos da vida acontecerem explosões de revolta que acabam em gritaria e histerismo, choro, portas a bater, sem qualquer razão que o justifique. Nós adultos, que já passamos por essas fases, temos obrigação de saber agir. E digo-vos que resulta. E às vezes basta falar noutro assunto, ou tocar um telefone, para que haja uma quebra na corrente de tensão crescente. Nesse hiato, há como que uma tomada de consciência da burrice/teimosia evidenciada e normalmente tudo volta à considerada normalidade. É como abrir a porta de um quarto escuro e deixar entrar uma brecha de luz - tudo fica mais claro e evidente, a perspectiva altera-se, a atitude é logo outra.
Já com adultos... era importante que se conseguisse também. Talvez o pote da calma não seja uma boa ideia. Mas um sorriso, olhar nos olhos, mudar do espaço onde se está para outro, estender a mão... e sobretudo respeitar, saber ouvir, querer resolver, inovar nas atitudes.

terça-feira, 24 de novembro de 2015

segunda-feira, 23 de novembro de 2015




É assim a lembrança.
Como que tatuada na pele para nunca mais sair. Se a pele estica ou enruga não interessa - está sempre lá. E se a mente conseguir recriar a imagem, os poros acordam, o pelo arrepia, a sensação volta.
A recordação sensorial é tramada.
E fria.
Consegue preencher o vazio que reside na saudade no entanto não satisfaz, não ocupa espaço, não existe.




sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Estive a fazer contas e parece-me que este vai ser o Natal mais genuíno que alguma vez tive. Lareira acesa para manter a casa quente, comida na mesa onde nada faltará, e a família mais chegada de alma cheia e sorriso cintilante. Prendas ? Uma a cada, claro, mesmo que pobrezinha em dinheiro terá sempre muito significado. Cada vez mais o que me interessa é a proximidade afetiva que mantenho com os que mais amo, o que fazemos juntos, do que rimos juntos, o que nos identifica como família. Há coisas que se vão alterando ao longo dos anos. Se quando eu era pequena o habitual era a minha avó fazer os doces de Natal, como não consigo bater a massa e avó dos meus filhos não o pode fazer por motivos de saúde, introduzi o habito de fazer bolachinhas de Natal com os meus filhos. E hoje de manhã quando acordei e o meu braço direito não teve força para afastar a roupa da cama, pensei logo "nem penses que me atraiçoas, nem que caias no fim mas as bolachas vão ser feitas ! oh se vão !"

Resultado de imagem para bolachas de natal

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Caixa de Madeira pintada

Prontinha, a minha nova caixinha de segredos !

Fundo forrado com tecido utilizando cola branca transparente

Tinta dourada, craquelé, tinta vermelha


Aplicação de gravura (técnica do guardanapo)

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Sou talvez uma sentimental incorrigível. E não quero mudar. Sou assim. Gosto de mim assim como sou, aturo-me bem. Sou bem resolvida e tenho a auto-estima num nível bem elevado. Isto tudo para dizer que tudo aquilo que sai como produto da minha alma e pensamentos considero que seja arte. Mas nem por sombras me considero uma artista ! Isso seria uma ofensa para quem de facto o é. Portanto, não gosto que me chamem como tal. Claro que se alguém que o seja, achar que o sou nessa altura, é diferente. Fiz-me entender ? O pouco que faço, adoro fazer. E não vendo. Pelo menos por enquanto. Tenho sempre algo que me liga a este ou aquele objecto que decorei, que transformei, dependendo do meu estado de espírito. E como se trata disso mesmo - o meu estado de espírito - quando me expresso, quando transbordo o que vai na alma, quando produzo a minha arte... gosto de o fazer de forma isolada, mesmo que tenha muita gente à volta. Mas, espreitarem por cima do meu ombro enquanto o faço - não ! Dar opinião sem que esteja acabado - não ! Criticar quando nem se sabe fazer - não ! Fico bruta ! É algo íntimo que tem de ter uma preparação interior para que se revele, e só pode ser partilhado depois de nascido e acabado. E nem sempre com todas as pessoas.


terça-feira, 17 de novembro de 2015

O Amor



O que leva um homem a reconhecer o sorriso de uma mulher, 71 anos depois de a ter visto pela primeira vez ? O amor. Unicamente o amor.
Norwood conheceu Joyce em Londres, quando tinha ele 21 anos e ela 17, em 1944. Perdeu o contacto ao ir combater para a Normandia. Hoje, aos 93 anos anseia por um abraço da mulher cujo sorriso o apaixonou e guardou no coração todos este anos. Reencontrou-a pelo Skype.

O amor é assim, explica muitas coisas e deixa muitas mais por explicar. Se não fosse assim, não seria amor, seria outra coisa qualquer, outro sentimento.
O amor é difícil. Não se define. Sente-se e move-nos. Às vezes empurra-nos, outras faz-nos ficar quietinhos. O amor... é diferente em cada coração. Por isso é compreendido por uns e incompreendido por outros.
Amor é vida.

domingo, 15 de novembro de 2015

Yes. I've been sad.
Resultado de imagem para sadness inside out
Mas como o sol tem nascido todos os dias e brilhado sobre a minha cabeça, vai-se aguentando. Quero dizer que não tenho do que me queixar comparando com a maioria das pessoas que conheço e sobretudo das que não conheço mas vou tendo notícias.

O mundo está podre. É isso que mais me entristece neste momento. A mentalidade dos homens. A manifestação de violência crescente que se multiplica em cabeças com falta de inteligência e de poder de visão. O mundo está cheio de gente dessa. Aparentemente calmos, amigos dos seus amigos, gente aparentemente prestável e bons cidadãos e depois... Paris, cidade de onde guardo tão boas recordações, onde prometi a mim mesma voltar... não sei. Claro que não devemos ter medo, caso contrário nem saímos de casa ! Mas porquê matar inocentes ?! Estas guerras actuais não nos deixam tranquilos em lugar algum !Somos cidadãos do mundo, porquê isto ?!! Tenho tanto pensamento cruzado na cabeça que nem consigo por tudo por extenso... Ajuda-se uns e outros atacam. Não somos todos humanos ? Se calhar não.
Mas não é só este assunto. Há mais. Desde a descoberta de água em Marte (o dinheirinho investido fazia tanta falta a quem não tem água potável para beber...) a um outro caso estúpido de mentalidade masculina animalesca na apreciação de uma concorrente menina num concurso juvenil de culinária (meu Deus, como proteger as meninas destes animais...), passando pelas burlas e desvios de milhões, abandono de idosos em hospitais, etc, etc etc.
Amanhã o sol voltará (para os que cá estão) ...

Resultado de imagem para i am sad

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Resultado de imagem para atitudes

Só muito mais tarde as pessoas entendem o porquê de certas atitudes e conseguem perceber os benefícios que daí advêm para todos. Mesmo que tenha sido um só a tomar a atitude e vários a usufruir dela.

Amanhã será sempre um novo dia.

quinta-feira, 12 de novembro de 2015



As vivências são muitas e acumulam-se. A novidade pode conduzir à curiosidade. Quando a experiência se repete e os resultados andam dentro do mesmo, perde-se tempo cada vez que se repete. O conhecimento existe e devemos saber usa-lo. Se conheço a realidade em várias dimensões, não me seduz procura-la. Prefiro o isolamento, desenvolvendo a reflexão e a espiritualidade, longe do caos social, viciado. Cada vez mais.

quarta-feira, 11 de novembro de 2015


Resultado de imagem para ser gordoO culto pela vida saudável é bom e faz bem. Como tudo na vida deve ser equilibrado pois quando levado ao extremo também é nocivo. Atualmente (quase) todo o mundo faz algum tipo de desporto. Uns correm, outros fazem qualquer modalidade (são tão diversas que já nem sei o que querem dizer) que seja num ginásio, outros fazem caminhadas, outros natação,... E a tudo isto é aliado um regime alimentar supostamente adequado a cada indivíduo. E a malta vai emagrecendo e mostrando os resultados aqui e ali, criando cobiças entre quem olha e não consegue os mesmos resultados com procedimentos idênticos. E quem leva essa vida atarefada em busca da sanidade física às vezes descuida a sanidade mental, não percebe como pode existir alguém que não siga o seu exemplo, e coloca-se num patamar de altura bem elevada olhando os demais com altivez. Ora, meus amigos... nem todos têm as mesmas possibilidades. Nem todos têm a sogra ou a mãe para cuidar dos netos. Nem todos têm esposos/as dispostos a ajudar na logística familiar para libertar o outro, dando-lhe tempo para si. E mesmo quem tem tudo isso, pode não ter possibilidades económicas que estiquem como um elástico. E há ainda quem não tenha paciência ou simplesmente tempo para cuidar de si como gostaria. Não somos todos iguais. Há pessoas que têm doenças crónicas as quais impossibilitam de certas atividades. Há outras que mesmo fazendo tudo para emagrecer, o seu metabolismo não corresponde por diversas razões. Mais uma vez, a individualidade contribui para a diversidade do todo, completando-o. Custa-me ler comentários sobre o relatório do INE em que se verifica que os casos de obesidade estão a aumentar em Portugal. A notícia que li, é ilustrada com uma foto de uma mulher obesa sentada à beira da água numa praia. E os comentários dos leitores são deploráveis. Não sabem quem é a mulher, não conhecem a história de vida, (devem de achar que as mulheres gostam de ser obesas...), não sabem os problemas que enfrenta, as tentativas que terá feito para recuperar a forma, os apoios que terá ou não, nada ! Não sabem NADA ! Às vezes apetecia-me ter uma varinha mágica ...







terça-feira, 10 de novembro de 2015

Deixa
Deixa que seja a brisa que te acaricia a face
Deixa que seja a chuva purificadora que te leva as tristezas
Permite que seja a luz refletida que te ilumina o caminho à noite
Deixa-me ser o abraço que esperas ao fim do dia
Quero ser o vento de Outono que te desnuda os ramos firmes
A Primavera da vida que te fará feliz
Esta noite dormirás com um sorriso tranquilo
O mensageiro do amor levar-te-á um beijo meu





A própria vida tem me levado a questionar o que é a amizade. Onde e em que situações se manifesta, por quem. A amizade é para mim um tipo de amor. Não um amor romântico mas um amor fraterno. Sim, porque no meu entender, um amor fraterno não cobra, não espera na volta, não age por interesse, não age para que o outro goste de si, faz para que o outro se sinta bem, sendo o bem estar do outro o objetivo final. Num amor romântico estamos sempre à procura de uma satisfação pessoal para os dois, exigindo ou esperando mesmo que inconscientemente algo em troca. Numa relação de amizade pura não há nada disso. Eu faço-te algo porque precisas e não precisas de retribuir porque fiz por gosto. Um dia se eu precisar logo chegará a vez de retribuíres, se não precisar, melhor para todos ! Quanto mais velhos ficamos, mais amigos verdadeiros temos. Não é que façamos mais amigos, passamos é a ignorar "os outros" que não são verdadeiros, são apenas interesseiros. Ou seja, retiram da relação algo que interessa unicamente para eles. E aos poucos, vamos reconhecendo um a um. E os que ficam e consideramos verdadeiros, passam a ser considerados como que família. Toleramos-lhes coisas que não toleramos a outras pessoas, aceitamos as suas teimosias e diferenças, e quando damos uma abraço, é um abraço demorado daqueles em que a energia passa de um corpo para o outro sem precisar de dizer nada, iluminando a alma de esperança e aconchegando o coração com muito amor. É a qualidade em detrimento da quantidade.



segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Apesar de estar a chegar o verão de  São Martinho, estou já completamente rendida ao espírito de Natal ! Não deixa de ser estranho decorar a casa para o Natal sem ter ainda acendido a lareira mas... Não quero saber !! Ontem já decoramos a lareira e montamos uma árvore pequenina na sala de jantar. Hoje será a "big one" na sala de estar ! Mas à parte disso, há coisas que vou fazendo porque gosto mesmo.
Que tal estas velinhas ?


E com os rolos de cartão que sobraram do papel... pintei, recortei, colei e ficou assim:



(não consigo colocar as fotos em portrait...)



sábado, 7 de novembro de 2015

Resultado de imagem para pessoas com rugasTenho estado aqui a pensar porque não simpatizo com caras de gente com idade mas sem rugas. Não é bem isso... Talvez seja melhor dizer, porque gosto de pessoas velhas e com rugas. Sim, é isso. Não é que não goste de uma aparência jovem. Claro que também admiro isso. Mas conhecer pessoas com rugas na cara é um desafio. Está ali uma história de vida com muitas marcas, muitas curvas, alegrias, sustos, choros, etc. Uma pessoa com rugas é uma pessoa que não tem medo de mostrar os sentimentos, que os vive intensamente de uma tal forma que lhe ficam vincados na pele para que todo o mundo veja, não tendo qualquer receio de o mostrar. São normalmente pessoas sinceras, verdadeiras, ligadas à natureza de alguma forma. Falar com elas e ouvi-las é descobrir um mundo. Mas não basta ouvir, é preciso saber escutar pois só assim se compreende e aprende com elas. Estas pessoas têm um sensibilidade extrema que lhes permite lerem-nos pelos olhos. Mas não incomodam. São sábias.

Só por curiosidade, se fizermos uma busca na net sobre "pessoas com rugas" o resultado é quase sempre como evitar /tirar/aligeirar rugas. Mas mesmo assim, consegui encontrar isto e achei muito giro.

sexta-feira, 6 de novembro de 2015





Hoje fui fazer um exame médico. Durante meia hora não entrou ninguém para qualquer gabinete. Ninguém foi chamado. Apercebi-me que o médico saiu e entrou várias vezes sempre com ar  descontraído. Notei um ligeiro arrasto na perna direita, muito bem disfarçado na idade avançada que aparentava. Quando chamaram, entrou um paciente prioritário que por chegar em último lugar levou a que o senhor que estava depois de mim se insurgisse contra o mau funcionamento do serviço. Passaram 20 minutos sobre a marcação do seu exame. O senhor avisara na receção, do problema grave de que padece e ninguém lhe dera a devida atenção. Agora as técnicas perguntavam-lhe atenciosamente o que tinha a dizer e ele respondeu: “vocês é que têm de me dizer alguma coisa !” Tudo dentro do politicamente correto e boa educação, lá encaminharam o senhor para ser atendido sem mais demoras, obviamente depois de sair o outro senhor. A meu ver, este tipo de prestação de serviço pode ser melhorado. Não só respeitando a hora de marcação como também respeitando a condição individual do paciente. Cada caso é um caso. Cada pessoa tem um limite, um limiar de dor, de suportar esta ou aquela situação porque embora sejamos todos humanos cada um é único na sua condição física e mental. Um atendimento personalizado e individual fará as delícias dos pacientes, dos seus acompanhantes e dos prestadores de serviços pois todos terão a beneficiar. Quanto a mim, fui atendida em último lugar, sem qualquer problema ou ressentimento - era assim que devia acontecer. E o médico depois de me observar até disse: "vá descansada filha, não se preocupe". (Fofo).
Os nossos pequenos problemas de saúde só são enormes até conhecermos outras pessoas com problemas realmente graves. Ainda hoje de manhã, a minha tia adoptiva me perguntou como estava e eu envergonhada pedi desculpa por aquilo que ia dizer. É que as minhas preocupações são ridículas ao pé de todos os obstáculos com que ela se tem deparado ao longo da vida. Desde um carcinoma nos últimos 12 anos, a anos de violência doméstica quando era uma jovem esposa, passando por situações familiares complicadas de vária ordem, esta mulher continua a lutar, a sorrir, a enfrentar tudo, a vencer, e está sempre pronta para ajudar todos os que precisarem à sua volta ! E até ela ficou perturbada noutro dia ao falar com uma pessoa que - veio a saber - tinha problemas ainda mais complicados do que os dela.
Essas pessoas que por aí andam e se julgam melhores que toda a gente, deviam baixar a crista, ser mais humildes, pois a melhor maneira de enriquecermos é ajudando os outros. É preciso que nos demos aos outros de coração, como a minha tia. Acredito que é por isso que aguenta cada rasteira da vida, levantando-se sempre cheia de coragem. (No entanto, já a vejo muito cansada...)
E tenho outra tia :) assim também. Mas fica para outro dia.

quarta-feira, 4 de novembro de 2015


Hoje apeteceu-me brincar aos desenhos... o material não tem qualidade nenhuma mas o modelo... ui, ui ! Já adivinharam ? (muita correção a fazer, eu sei...).

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Esta forma que vês, desenformada de outra forma, é o meu corpo.
Este corpo desformado já formou o teu e o dele.
E desformou um outro que não se formou...
Mas o teu, preparado está para ser forma de outro(s).
Esta forma que vês, serviu estudos, sofreu e deu prazer.
Esta forma deformada, vive, sente, luta.
Sim, é como dizes minha filha, este corpo é como um livro,
tem escrito as marcas da vida e olhar para ele é ler o livro da minha vida.
Como sabes, nem todos gostam de leitura...

domingo, 1 de novembro de 2015

Lá fora chove
cada gota um pensamento
chuviscos de poesia
brilhando no firmamento
Para o vento
vem a saudade
toma o coração
invade a privacidade
Como música que embala
uma donzela formosa
qual dança que me encanta
me apraz misteriosa
Este ritmo tão constante
certinho e bem marcado
recorda-me outro tal
pouco mais acelerado



sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Este tempo que não passa
cria um impasse
uma inércia imposta
errante que passa
tudo passa
tudo volta
tudo se repetirá
mas enquanto não passa
enquanto não volta
está o impasse
enraizado na passagem

"De longe te hei de amar - da tranquila distância em que o amor é saudade e o desejo, constância."
Cecília Meireles