Alice está cansada. Cansada da velocidade a que o tempo passa. Já questionou muitas vezes se é o tempo que passa por ela ou se será ela que corre através do tempo. O tempo está sempre lá para todos, permanecendo inalterável, sempre com o mesmo ritmo, no mesmo espaço. Mantém-se, portanto. Tudo o resto é limitado precisamente pelo tempo. A cronologia não pode ser invertida. O tempo é o senhor de tudo. Impõe-se desde o começo, a origem, que evolui e tem um fim. Nascemos, crescemos, morremos. A morte vem no fim do percurso de tempo que nos é concedido. Não dá para inverter. Os verbos são conjugados em tempos verbais. Tudo depende do tempo e dizer "dar tempo ao tempo" é uma perfeita loucura ! O Tempo tem o tempo todo de todos ! Nós é que temos de contrariar o tempo ocupando o seu espaço da melhor maneira possível, não deixando lacunas no tempo que nos é concedido. Dar o nosso tempo a alguém é dar um pouco de nós, um pedaço da nossa vida que não volta. Alice conclui que o tempo é o que de melhor se pode dar a alguém por isso tem de valer a pena para não sentirmos que nos roubaram o tempo. Mas... e o amor onde fica ? O amor precisa de tempo para se revelar, de espaço para se dar no tempo e é a melhor forma de aproveitar o tempo.
Alice segue, confiante, porque o amor sempre ocupou espaço no tempo da sua vida.
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