Por vezes basta um abraço. O
mundo quase nos esmaga com tanta exigência. Não dormimos o suficiente por
preocupações mínimas que devido a tudo e mais alguma coisa, se exponenciam sem
controlo como bola de neve. Acordamos mil e uma vezes de noite, balbuciamos
palavras que ninguém entende, voltamos a adormecer naquele sono agitado e
acordamos antes do despertador. Temos o horário no corpo. Temos mas é ansiedade
! Perdemos a noção de tudo na ilusão que estamos a comandar as tropas mas quem
comanda é o relógio. E começa a correria. (Que nervos!) Com a mente organizada
os gestos são dirigidos com tranquilidade. Ainda há tempo. (Há sempre tempo para
tudo !) E o dia vai correndo… embora não ande nem corra. O tempo é que passa
porém é sempre o mesmo porque permanece. E no desamparo em que o tempo que é
sempre o mesmo (porque é para mim, para ti e para todos os outros) passa por
nós, acaba por permanecer nos traços que nos deixa a pouco e pouco. Nem damos
conta. Pensando bem, se o tempo é sempre o mesmo e permanece, somos nós que
passamos por ele e que nos marcamos mais ou menos consoante a passagem. (Bastava-me
um abraço teu agora e parava com estas insanidades agora mesmo). Isto passa com
o tempo. Não. O tempo não cura tudo porque não cura nada. Ou fazemos alguma
coisa, tomamos atitudes ou se estamos à espera do tempo, ele por si só nada
fará (porque é estático, igual, repetitivo, “always the same”…) Por estas, por
outras e outras ainda é que problemas vários se instalam nas vidas das pessoas
e se diz ignorantemente “é dar tempo ao tempo” sem perceber que um dia essa
pessoa acaba no tempo. E perde-se tudo. Perde-se o tempo, acaba o prazo.Um abraço pode dissolver tanta amargura.
Um abraço sincero junta pedaços de amor e alenta corações. Um simples abraço
melhora a auto estima, dá confiança, promove a fé. Por vezes basta um abraço
para nos sentirmos seguros. E mesmo quando aparentemente está bem, quando
parece que aquela pessoa lá do alto do seu sorriso consegue facilmente passar
pelo tempo sem que este a moleste, desenganem-se ! – tentem dar um abraço a essa pessoa e vejam o
efeito. (Abraças-me num destes dias ?)
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