“Quando damos assim as mãos… o
que é que sentes?”
Sinto amor, cumplicidade,
felicidade, paz. Sinto-te um prolongamento
de mim, uma extensão, és uma esperança, serei uma memória viva em ti, no
teu coração – foi o que consegui responder de imediato.
Esta miúda desde sempre me ativou
os neurónios e a caixinha dos sentimentos. Muito conversava com ela no ventre.
Muitos vocalizos me dirigiu desde cedo e gritava para chamar a atenção. Com
pouco mais de um ano começou a falar claramente. E a cantar. Perguntas sempre
fez. Muitas. Continua a fazer e a receber resposta. Acho que a melhor coisa que
lhe aconteceu foi aprender a ler pois chorava por não conseguir juntar as
letras com a urgência que sentia. Fecha-se a ler até acabar o livro escolhido.
Sempre falámos muito uma com a outra independentemente dos anos que nos separam
no calendário. Por vezes é mais adulta que eu nos conselhos. É prática,
realista, persistente, segura de si, inteligente, flexível. E tem espirito de artista.
Sonha, escreve, faz acontecer, projeta, constrói com as mãos. Vê o que não é
percetível. Compara comportamentos. Emociona-se com filmes ou palavras, ou
animais… Tem uma memória de elefante e desde tenra idade. Fala de política e
dos problemas dos Bancos. Sempre quis ser veterinária mas chegou à conclusão
que não pode porque não suportaria ver os animais a sofrer sem conseguir
salvá-los por vezes. Falou em ser escritora. Hoje disse-me que talvez seja
psicóloga um dia. Seja o que quiser que estarei cá para a apoiar. Diz que serei
uma avó doida (acho que sim). É uma força da natureza, uma luz nas nossas
vidas. Aprendo muito com ela todos os dias. É a minha Princesa, a minha filhota linda.
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