Sou galinha do campo. Sim, das que não querem capoeira. Fiz um ninho abrigado para criar os meus pintos mas deixo-os esticar as asas de vez em quando. Sabem que quando quiserem ou precisarem, podem voltar para baixo das asas da mãe. Sou galinha do campo, sim. A carne já é dura de tanta pedrinha comer, de tanto bicharoco bicar. A ser morta para canja, evaporaria a água antes da carne ficar tenra ! Apanho sol, suporto a chuva, os meus pés grossos ficaram. Poucos espinhos me atravessam. Aprendi a enfrentar predadores e por vezes a fugir. Não quero capoeira nem poleiro, gosto do terreno plano. E assim vou vivendo, cacarejando entre cada escolha de grãos, ouvindo outros seres, sentindo o vento no corpo, abanando a crista de vez em quando. E não me tomem por parva. Será mais feliz a galinha de aviário igual a todas as outras e com um espaço tão limitado ? Segue tendências, não tem escolha, nem galo conhece !
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