Nunca fui tua
Não
Nunca fui de ninguém
Nem serei, sabes
Aqueles momentos em que pensaste que me tinhas
Que me possuías
Que te pertencia
Não
Não sabes o que é o amor
Que não prende
Não obriga
Não cobra
Apenas se dá
Oferece
Ajuda
Que fica feliz com a felicidade do outro
E está sempre lá
E abraça
E consola
E ama
Um amor que aceita
Que partilha
Que acompanha
Que deixa voar e que voa junto
Que sabe rir e chorar
Falar ou calar
Que pisa o mesmo caminho
A mesma fé
Que canta e embala dançando
Que estende a mão com confiança
Nunca fui tua
Não serei de ninguém
Nem alguém quererei
Só desvenda a minha alma quem eu deixo
E de dentro para fora de mim
Ainda não houve quem tivesse capacidade
Fácil é olhar de fora para dentro.
Reeditando este post... para que não haja confusões, segue-se o poema de Florbela Espanca:
Eu não sou de ninguém!... Quem me quiser
Há-de ser luz do Sol em tardes quentes;
Nos olhos de água clara há-de trazer
As fúlgidas pupilas dos videntes!
Há-de ser seiva no botão repleto,
Voz no murmúrio do pequeno insecto,
Vento que enfurna as velas sobre os mastros!...
Há-de ser Outro e Outro num momento!
Força viva, brutal, em movimento,
Astro arrastando catadupas de astros!
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