Este tempo que não passa
cria um impasse
uma inércia imposta
errante que passa
tudo passa
tudo volta
tudo se repetirá
mas enquanto não passa
enquanto não volta
está o impasse
enraizado na passagem
sexta-feira, 30 de outubro de 2015
quinta-feira, 29 de outubro de 2015
Hoje é daqueles dias que me está a ser difícil perceber o mundo.
Comecei bem cedo a ver/ler um vídeo sobre uma experiência levada a cabo no centro de Madrid, em plena luz do dia. Uma mulher atraente, supostamente embriagada, sem bateria no telemóvel, bebe cerveja por uma garrafa camuflada. É inacreditável ver o tipo de abordagem do sexo oposto ! Não há quem a ajude, quem chame um táxi... Pelo contrário, incentivam-na a beber mais e propõem a deslocação para um hotel, visando a companhia sempre a beberem a três ou quatro. Há um que a empurra para um local menos movimentado e começa a beijá-la, tendo que haver interferência da equipa que gravava a cena à distância. Isto passou-se em plena luz do dia, numa capital da Europa, muito movimentada. Nem quero imaginar noutras condições... Estou desiludida, mais uma vez.
Depois disto já tive outro tipo de leitura. Mulheres que seguem a carreira profissional enquanto os companheiros ficam em casa cuidando de todas as tarefas domésticas e filhos (tudo mesmo). Incrível como só assim eles conseguem perceber e dar valor às multifacetas femininas. Abençoados homens que proporcionaram isso às suas companheiras de vida. E de facto, a lição principal é que o segredo está na educação durante o desenvolvimento da crianças: enquanto continuarmos a criar meninos machistas e meninas verdadeiras fadas do lar, nada mudará.
Being 30 foi outra leitura interessante à qual terei de voltar com mais tempo. Mulheres (e homens) por esse mundo fora com vidas e objectivos tão diferentes.
Passei depois a um testemunho de vida de uma jovem que nasceu na Coreia do Norte ( Yeonmi Park) e felizmente reside agora em New York. É apenas um testemunho entre milhares de pessoas que passam pelo mesmo. Como é possível em pleno sec. XXI haver situações de pessoas que não vivem mas sobrevivem a actos tão deploráveis, e conseguem ter força e coragem para ultrapassar, e conseguirem uma vida digna ? Tanto que fica sempre por dizer... Um livro a comprar.
Acabei as leituras matinais com fotos da migração na Europa. Tão elucidativas que nem foi preciso ler. Fiquei sem palavras.
quarta-feira, 28 de outubro de 2015
terça-feira, 27 de outubro de 2015
(reeditado)
Nunca fui tua
Não
Nunca fui de ninguém
Nem serei, sabes
Aqueles momentos em que pensaste que me tinhas
Que me possuías
Que te pertencia
Não
Não sabes o que é o amor
Que não prende
Não obriga
Não cobra
Apenas se dá
Oferece
Ajuda
Que fica feliz com a felicidade do outro
E está sempre lá
E abraça
E consola
E ama
Um amor que aceita
Que partilha
Que acompanha
Que deixa voar e que voa junto
Que sabe rir e chorar
Falar ou calar
Que pisa o mesmo caminho
A mesma fé
Que canta e embala dançando
Que estende a mão com confiança
Nunca fui tua
Não serei de ninguém
Nem alguém quererei
Só desvenda a minha alma quem eu deixo
E de dentro para fora de mim
Ainda não houve quem tivesse capacidade
Fácil é olhar de fora para dentro.
Reeditando este post... para que não haja confusões, segue-se o poema de Florbela Espanca:
Eu não sou de ninguém!... Quem me quiser
Há-de ser luz do Sol em tardes quentes;
Nos olhos de água clara há-de trazer
As fúlgidas pupilas dos videntes!
Há-de ser seiva no botão repleto,
Voz no murmúrio do pequeno insecto,
Vento que enfurna as velas sobre os mastros!...
Há-de ser Outro e Outro num momento!
Força viva, brutal, em movimento,
Astro arrastando catadupas de astros!
Não
Nunca fui de ninguém
Nem serei, sabes
Aqueles momentos em que pensaste que me tinhas
Que me possuías
Que te pertencia
Não
Não sabes o que é o amor
Que não prende
Não obriga
Não cobra
Apenas se dá
Oferece
Ajuda
Que fica feliz com a felicidade do outro
E está sempre lá
E abraça
E consola
E ama
Um amor que aceita
Que partilha
Que acompanha
Que deixa voar e que voa junto
Que sabe rir e chorar
Falar ou calar
Que pisa o mesmo caminho
A mesma fé
Que canta e embala dançando
Que estende a mão com confiança
Nunca fui tua
Não serei de ninguém
Nem alguém quererei
Só desvenda a minha alma quem eu deixo
E de dentro para fora de mim
Ainda não houve quem tivesse capacidade
Fácil é olhar de fora para dentro.
Reeditando este post... para que não haja confusões, segue-se o poema de Florbela Espanca:
Eu não sou de ninguém!... Quem me quiser
Há-de ser luz do Sol em tardes quentes;
Nos olhos de água clara há-de trazer
As fúlgidas pupilas dos videntes!
Há-de ser seiva no botão repleto,
Voz no murmúrio do pequeno insecto,
Vento que enfurna as velas sobre os mastros!...
Há-de ser Outro e Outro num momento!
Força viva, brutal, em movimento,
Astro arrastando catadupas de astros!
domingo, 25 de outubro de 2015
sexta-feira, 23 de outubro de 2015
"O pranto desoculta a nossa mais íntima nudez.
Pela lágrima nos despimos."
Mia Couto in "A Varanda do Frangipani"
Pela lágrima nos despimos."
Mia Couto in "A Varanda do Frangipani"
Ultimamente, parece que me identifico com tudo o que leio de Mia Couto.
A saúde ou falta dela, tem ameaçado o clã de mulheres a que pertenço. O pranto tem sido uma constante nas horas vazias. A lágrima é a companhia perfeita da angústia crescente que reside nesta esperança (muitas vezes vã) de melhoras. Há coisas que se ultrapassam mas outras... Estes testes constantes quase rebentam com o limite do que é suportável. E a luta é diária. E os sonhos acumulam-se. E é o desejo de os cumprir a todos que nos torna mais fortes, capazes de sorrir a quem revela essa íntima nudez de sentimentos sublimes que pela lágrima se vão deixando ver. Transbordando sentimentos. Juntas vamos conseguir, vamos vencer.
quinta-feira, 22 de outubro de 2015
Novo projecto em andamento. Entre tantos anos de histórias contadas e recontadas, outras inventadas quando não havia um livro à mão... Para adormecer, para entreter, para desviar a atenção de algo, útil em tantas situações, a qualquer hora, em qualquer lugar. Propuseram-me escrever um livro em parceria, um livro de histórias curtas, independentes. Ela escreve uma história e eu outra, e assim por diante, até que achemos suficiente. A minha filha e eu. A proposta foi dela. (A felicidade é isto !)
quarta-feira, 21 de outubro de 2015
O Poeta
O poeta não gosta de palavras
escreve para se ver livre delas.
escreve para se ver livre delas.
A palavra
torna o poeta
pequeno e sem invenção.
torna o poeta
pequeno e sem invenção.
Quando
sobre o abismo da morte,
o poeta escreve terra,
na palavra ele se apaga
e suja a página de areia.
sobre o abismo da morte,
o poeta escreve terra,
na palavra ele se apaga
e suja a página de areia.
Quando escreve sangue
o poeta sangra
e a única veia que lhe dói
o poeta sangra
e a única veia que lhe dói
é aquela que ele não sente.
Com raiva
o poeta inicia a escrita
como um rio desflorando o chão.
o poeta inicia a escrita
como um rio desflorando o chão.
Cada palavra é um vidro em que se corta.
O poeta não quer escrever.
Apenas ser escrito.
Apenas ser escrito.
Escrever, talvez,
apenas enquanto dorme.
apenas enquanto dorme.
( Mia Couto, no livro "Idades Cidades Divindades", Lisboa, Caminho, 2007)
terça-feira, 20 de outubro de 2015
sábado, 17 de outubro de 2015
Nada é por acaso. Sim, estou sempre a dizê-lo. Há mais a pensar como eu. Eu sei. Mas é que tudo se torna tão claro e evidente que chega a ser clarividente. Desde o tropeçar numa pedra ao olhar para trás ou elevar os olhos para o ramo da árvore que abana, as novas amizades ou o corte de relações de certa forma porque continuam de outra, nada é por acaso. Quantas vezes saio de casa atrasada e irritada por não conseguir chegar mais cedo e encontro um acidente que poderia ter sido comigo. É apenas um exemplo. Fico feliz quando depois de desocupar um lugar verifico que alguém o ocupa e consegue tirar proveito do mesmo. Se desocupei é porque não é apropriado para mim, mesmo que não perceba no momento pois virei a ter a justificação mais tarde. Fico feliz por essa pessoa e por mim, que consegui ver para além do visível conseguindo benefício simultâneo. De coração, mesmo, e isso dá-me tranquilidade e a certeza de que fiz o que tinha de fazer. Há coisas assim. Há momentos únicos em que me sinto tão próxima da energia da Terra, que a sintonia é tanta que me deixo levar apenas pelo instinto. E esses momentos resultam sempre numa espiritualidade aberta em que a pulsação acalma e tudo encaixa. Somos tão pequeninos neste universo. Não compliquemos demasiado a vida que é uma dádiva. Não criemos obstáculos à energia que nos envolve a todos. Deixemos fluir simplesmente. O silêncio, é o melhor local para nos encontrarmos e viajarmos.
sexta-feira, 16 de outubro de 2015
Pode um simples prato de comida parecer pesar 10 Kg ? Querer andar e a perna direita ser arrastada a meio passo para ir acompanhando, ainda que mal, a esquerda ? Sentar, levantar, elevar a mão para levar comida à boca... dificílimo. Vestir quase impossível e calçar não existe. "Nem pareces tu, mãe" - pois não, esta não sou eu. E até sou uma pessoa que agradece frequentemente esta benção de ser saudável, ter filhos, pais e amigos, e tudo o que tenho de bom. É a terceira vez que acontece esta incapacidade de locomoção. Desta vez com maior gravidade. E tive a sorte de ser atendida por um médico experiente que só de olhar para mim disse de onde vinha tudo isto. "Pense em si minha senhora, trate-se, só tem uma vida, quer estar num lar aos 60 anos ?!" Afinal é tudo por causa do ombro (tendinite calcificante com síndrome do ombro congelado). Que esqueleto tão complexo temos. O ombro não cumpre as suas funções e o movimento que fiz puxou pela coluna mais do que devia e cá estou eu: ombro direito acima do esquerdo, anca desviada à esquerda, dificuldade em respirar à direita e o resto que já referi. Já estou sentada há 10 minutos e sinto que estou a abusar da sorte (vou ter que me levantar...). Enfim, lá vou voltar ao ortopedista para avaliar a hipótese de cirurgia. Sei que o que me vai custar mais é a recuperação pois ter o braço direito imobilizado entre um a três meses vai interferir em muita coisa. Mas como quero estar capaz de tratar de netos depois dos 60 anos, lá terá de ser...
quarta-feira, 14 de outubro de 2015
"The man I Love"
"O Alexandre era muito bonito quando tinha 30 anos?
R.Z. - Era e é, e vai continuar a ser. Era diferente de 99,9% dos homens. Essa coisa de ser bonito não é só uma questão física. É a maneira de ele andar, a maneira de olhar, de falar. É óbvio que tem qualquer coisa de bonito dentro dele. Irradia isso na sua cara, principalmente, mas também no corpo. Já vi homens fisicamente bonitos mas que me metem medo; olho para os seus olhos e não há nada. Era incapaz, mas mesmo incapaz, de dormir com uma pessoa assim, mesmo que fosse a pessoa mais bonita do mundo."
Pequeno excerto de uma entrevista de 2012 num jornal português, efetuada por Anabela Mota Ribeiro a Alexandre Quintanilha e Richard Zimler.
R.Z. - Era e é, e vai continuar a ser. Era diferente de 99,9% dos homens. Essa coisa de ser bonito não é só uma questão física. É a maneira de ele andar, a maneira de olhar, de falar. É óbvio que tem qualquer coisa de bonito dentro dele. Irradia isso na sua cara, principalmente, mas também no corpo. Já vi homens fisicamente bonitos mas que me metem medo; olho para os seus olhos e não há nada. Era incapaz, mas mesmo incapaz, de dormir com uma pessoa assim, mesmo que fosse a pessoa mais bonita do mundo."
Pequeno excerto de uma entrevista de 2012 num jornal português, efetuada por Anabela Mota Ribeiro a Alexandre Quintanilha e Richard Zimler.
Li a entrevista apenas agora e achei maravilhoso o tipo de relação que têm os dois. Mais de 30 anos juntos. Sorte e trabalho, afirmam eles. E respeito, aceitação. E amor, obviamente. Não percebo porque a maioria dos homens heterossexuais têm tantos preconceitos em assumir sentimentos. Acredito que olhem para a mulher que têm ao lado e sintam algo de sublime por ela e que saibam as verdadeiras razões porque a amam. Mas importa dizer, verbalizar desde que seja de forma sincera. Quando se ama, não há limitação, não há preconceito, tem de haver abertura, partilha, cumplicidade. Como afirmou R.Z. na entrevista, quando precisa de silêncio prefere estar na presença de A.Q. pois ele não o incomoda, e pode estar em silêncio na sua companhia. É isto.
terça-feira, 13 de outubro de 2015
Recompensa de avó
Ontem à noite, enquanto esperava por ser atendida pela minha médica assistente, tive o prazer de confraternizar com uma senhora que me conhece desde que nasci e de quem gosto bastante. Trabalhou com a minha mãe e tem filhas da minha idade, com quem andei na escola e ainda hoje nos juntamos pelo menos uma vez no ano. E também temos filhos da mesma idade. Esta senhora é uma avó moderna que pratica hábitos tradicionais. Está reformada e dedica o seu tempo livre a aprender artes (trabalhar o estanho, vitral, pintura a óleo, trapologia, workshops diversos...) frequentando uma universidade para a 3ª idade, não deixando de fazer o almoço e jantar, arranjando ainda tempo para um cafézinho com as amigas. No meio de toda esta azáfama em que mantém sempre a voz calma e a aparência cuidada, o neto mais novo é o benjamim que prolonga a relação ternurenta de avó enquanto os outros seguem com a sua vida académica. Ensina-lhe variadas coisas sem lhe impôr absolutamente nada. Abre-lhe a vitrine dos livros para que tenha acesso aos mesmos e convida-o a folhear os que quiser, por exemplo, e conversam sobre isso. Leva-o a comprar sementes de girassol que o próprio semeia num vaso e acompanha o crescimento. Ele é mimoso e de entre todos os netos foi o que sempre pediu colo e ainda pede, de uma forma muito particular. Contou-me a senhora que noutro dia em conversa, disse-lhe que aprendia muito com ele mas que também já lhe tinha ensinado alguma coisa. E no seguimento perguntou-lhe, do que tinha aprendido com ela o que nunca esqueceria. A resposta veio imediata:
"a abraçar".
Há resposta mais doce e sincera ? O amor continua a ser o mais importante na vida.
segunda-feira, 12 de outubro de 2015
Faço por ser uma mãe aberta, seja de conversa seja de atitudes. Quantas conversas interessantes surgem de uma caminhada ao fim do dia ou nos minutos que antecedem uma noite de sono. E falamos de tudo. E quando não foi bem explorado e entendido, procuro ilustrar com exemplos e imagens, vídeos, o que for necessário. Temos livros, temos internet, temos viatura própria, vivemos no campo mas próximo de cidades de destaque - temos acesso a informação muito diversificada. Gosto de mostrar e experimentar coisas diferentes: desde estilos de música diversos, a texturas de materiais sejam naturais ou sintéticos, gosto que se procure alternativas e se ponha em prática a criatividade que há quem cada um de nós. Gosto da luz e da sombra pois cada estado tem as suas coisas boas e menos boas. Quanto mais conhecimento, mais colorido fica o mundo, melhor se consegue fazer escolhas, menos paradigmas, mais liberdade, maior longitude, mais ousadia, menos medos, mais avanços. Enfim.
A Princesa lá de casa ontem escreveu uma história. Um pouco triste. Mas já não é a primeira vez que escreve "um livro" - como ela diz. Procurei na net uma editora para tentar avaliar o que escreve uma criança e fiquei decepcionada com o resultado em Portugal... ou faço uma auto edição ou só encontro literatura infantil escrita por adultos ! Bah...
E mais. Há uns tempos numa feira quinhentista, apaixonou-se por um caderno com capa de resina toda trabalhada, lindíssimo. Face ao valor pedido, não lhe comprei o dito. Já deu a volta ao assunto e após retirar a espiral de arame a um caderno e ter substituído com fio de lã (com uma agulha de pesca, furo a furo), disse-me: "Amanhã vais lá aquela loja que tu sabes e compras uma folha de papel EVA castanho. Vou fazer um livro de feitiços !" Não digam nada... já tenho a folha mas ainda vou fazer mais e comprar uns enfeites trabalhados em madeira para aplicar aos cantos. Trabalhos destes dão-me prazer patrocinar ! É deixar criar, construir... se errar, logo faz melhor.
Tivessem os adultos a capacidade de ocupar as mãos e a mente com coisas válidas e inofensivas como as crianças fazem e haveria muito menos depressões.
sábado, 10 de outubro de 2015
Gosto de ouvir esta música bem alto no carro enquanto conduzo ... e canto, bem alto também (vidros fechados!).
Died last night in my dreams
Walking the streets
Of some old ghost town
I tried to believe
In God and James Dean
But Hollywood sold out
Saw all of the saints
Lock up the gates
I could not enter
Walked into the flames
Called out your name
But there was no answer
And now I know my heart is a ghost town
My heart is a ghost town
My heart is a ghost town
My heart is a ghost town
Died last night in my dreams
All the machines
Had been disconnected
Time was thrown at the wind
And all of my friends
Had been disaffected
Now, I'm searching for trust
In a city of rust
A city of vampires
Tonight, Elvis is dead
And everyone's spread
And love is a satire
And now I know my heart is a ghost town
My heart is a ghost town
My heart is a ghost town
My heart is a ghost town
There's no one left in the world
I'm gunslingin'
Don't give a damn if I go
Down, down, down
I got a voice in my head that keeps singing
Oh, my heart is a ghost town
My heart is a ghost town
Oh, my heart is a ghost town
(Said, my heart)
My heart is a ghost town
My heart is a ghost town
Died last night in my dreams
Walking the streets
Of some old ghost town
I tried to believe
In God and James Dean
But Hollywood sold out
Saw all of the saints
Lock up the gates
I could not enter
Walked into the flames
Called out your name
But there was no answer
And now I know my heart is a ghost town
My heart is a ghost town
My heart is a ghost town
My heart is a ghost town
Died last night in my dreams
All the machines
Had been disconnected
Time was thrown at the wind
And all of my friends
Had been disaffected
Now, I'm searching for trust
In a city of rust
A city of vampires
Tonight, Elvis is dead
And everyone's spread
And love is a satire
And now I know my heart is a ghost town
My heart is a ghost town
My heart is a ghost town
My heart is a ghost town
There's no one left in the world
I'm gunslingin'
Don't give a damn if I go
Down, down, down
I got a voice in my head that keeps singing
Oh, my heart is a ghost town
My heart is a ghost town
Oh, my heart is a ghost town
(Said, my heart)
My heart is a ghost town
My heart is a ghost town
sexta-feira, 9 de outubro de 2015
Faz-me falta a tua prosa, e não percebeste ainda. Ou não queres perceber. Foi giro como nos "conhecemos", não sei nada de ti nem tu de mim, e no entanto houve alturas em que nos entendemos tão bem. E apenas por palavras, que é a meu ver a forma mais difícil de duas pessoas se entenderem. O que não dizias, tentava adivinhar, fazia "o filme" para logo a seguir deitares o cenário todo ao chão. Era bom, era um desafio constante, uma amizade que crescia (pensava eu...). Tudo tem a sua razão de ser. E por isso mesmo, como apareceste, desapareceste. Fico sem nada saber tal como não sabia. Dá me vontade de rir tudo isto e só por isso já valeu apena. Promessas, valem o que valem: nada.
Há coisas na vida que precisamos de passar por elas, transpô-las, atravessar mesmo. Depois é sacudir e seguir em frente sem olhar para trás. As vivências, as recordações, ficam connosco e o caminho faz-se de cara levantada para que os olhos consigam abarcar o chão e o horizonte, sem limitações. Tudo vem na hora certa, às vezes não percebemos é porquê. Mas quando nos afastamos de nós mesmos e dos outros, vimos tudo mais claro porque noutra dimensão, e aí as peças do puzzle começam a encaixar. E tenho alturas que os meus pés mal tocam o chão porque o sonho me invade a alma. Está a vir à minha memória um poema que declamei parte dele em criança (essa criança que nunca quero perder)...
Pedra Filosofal
Eles não sabem que o sonho
é uma constante da vida
tão concreta e definida
como outra coisa qualquer,
como esta pedra cinzenta
em que me sento e descanso,
como este ribeiro manso
em serenos sobressaltos,
como estes pinheiros altos
que em verde e oiro se agitam,
como estas aves que gritam
em bebedeiras de azul.
eles não sabem que o sonho
é vinho, é espuma, é fermento,
bichinho álacre e sedento,
de focinho pontiagudo,
que fossa através de tudo
num perpétuo movimento.
Eles não sabem que o sonho
é tela, é cor, é pincel,
base, fuste, capitel,
arco em ogiva, vitral,
pináculo de catedral,
contraponto, sinfonia,
máscara grega, magia,
que é retorta de alquimista,
mapa do mundo distante,
rosa-dos-ventos, Infante,
caravela quinhentista,
que é cabo da Boa Esperança,
ouro, canela, marfim,
florete de espadachim,
bastidor, passo de dança,
Colombina e Arlequim,
passarola voadora,
pára-raios, locomotiva,
barco de proa festiva,
alto-forno, geradora,
cisão do átomo, radar,
ultra-som, televisão,
desembarque em foguetão
na superfície lunar.
Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida,
que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança.
quarta-feira, 7 de outubro de 2015
Paz.
Tranquilidade, tolerância, amabilidade, ocupação.
Sem ilusões, sem desejos nem pressa, em sintonia com o Universo, serena.
É assim que busco a felicidade. Mas sei também que a felicidade nasce de um agregado de experiências de vária ordem que nos preparam para a vida, fortalecendo-nos e permitindo uma visão cada vez mais clara de situações. Passagem por sofrimentos e menos calma são importantes para contrariar a zona de conforto e apetrecharmo-nos de bagagem para viagens futuras. E a maturidade (tanta palavra terminada em "dade") faz-nos exigir qualidade, em tudo.
Como disse Dalai Lama, "O culto da tranquilidade é um método extremamente eficiente para alcançar qualidade de elevada consciência".
terça-feira, 6 de outubro de 2015
Igualdade de direitos
A propósito de mulheres, de feminismo, machismo e seres que se acham muito machos, considerando-se superiores às mulheres, a propósito de gentes que se classificam modernas e agem como se estivessem no sec. XVIII, a propósito de comentários que li na net... e porque me deu preguiça de escrever sobre o assunto sobretudo quando vi escrito (e bem) tudo aquilo que me passara pela mente. Aqui vai o link
segunda-feira, 5 de outubro de 2015
Ontem foi dia de São Francisco de Assis, patrono dos animais e ambiente. E foi dia da minha Mãe ! Estava feliz por completar mais um ano e isso deixou-me tranquila. Estivemos próximas, conversamos, rimos e ainda veio uma lagrimita ao canto do olho mas conseguiu evitar-se a queda da dita. Falamos do presente complexo, das perspetivas de futuro, da vida, da morte, do que tem de ser e do que gostávamos que realmente fosse mas que a cronologia da vida tem uma ordem própria a ser respeitada... depois, logo se vê.
Enfim, lá fiz mais um bolinho ! Dá-me imenso prazer pensar e fazer os enfeites. Desta vez ficou assim !
sexta-feira, 2 de outubro de 2015
Educar.
Deve ser das coisas mais difíceis a que me propus fazer na vida. Educar é uma extensão da minha condição de mãe, muito embora promova a educação um pouco por todo o lado. E para dar educação não tem de se ser mãe. Óbvio. Mas para educar, não chega saber o que é correto, há que praticar a dita educação para que sejamos um exemplo bem sucedido aos olhos de quem queremos que nos siga. E somo humanos, e erramos, e nem sempre temos os melhores dias... E depois não basta ter as noções das coisas todas ordenadas na mente porque quando as queremos aplicar na prática as condições podem não ser as melhores. Há interferências de vários lados e temos de ser juristas para além de educadores. Assumimos o policiamento da situação (quando por vezes apetece é fugir da situação), ditamos regras (quando apetece é pregar uns estalos a alguém - o que não resolveria nada), fazemos cumprir o castigo (uau, afinal somos poderosos!), saltam-nos valores e moralidade em palavras, exigimos desculpas públicas aos intervenientes afetados, e no fim estamos de rastos e revoltados porque se houve falta de educação é porque a educação que damos falhou por qualquer motivo. Sempre presente a necessidade de apurar onde está a culpa do falhanço. Porquê ?? Estou distraída ? Dei confiança a mais ? Permiti o que não devia ter permitido ? Fui enganada ? Chô culpa ! Cai fora ! A minha noção de educação é a que passo mas quantas pessoas ao meu redor têm outra noção do mesmo? Acho importante continuar com aquilo em que acredito e que me foi passado e é isso que tento passar aos meus descendentes. Como mãe mostro o caminho mas a escolha será sempre deles. E se hoje parece que não me ouvem muitas das vezes, tenho a certeza que algo lhes fica lá dentro e que será sabiamente utilizado. Também já tive a idade deles. Há dias melhores que outros e não é só para os pais, acontece com os filhos também. E como tudo, é a falar (com calma) é que a gente se entende. O amor pode tudo. É preciso explicar o erro para tentar evitá-lo futuramente. Trocar um beijo e um abraço depois de tudo esclarecido é importante.
O dia hoje, amanheceu mais bonito, mais tranquilo.
quinta-feira, 1 de outubro de 2015
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