Questionar sempre ! Querer saber porquê ! Se não fosse desta maneira, poderia ser de outra ? Faz sentido ser como é ? Se estiver noutro sítio, é igual ? Estimular, fazer pensar ! Não é desacreditar, colocar em causa, é perceber que o acomodar, o aceitar o que lhe é apresentado sem mais demandas, não estimula a curiosidade nem o Q.I., e é a atividade mental que faz os nossos dias mais claros, esclarecidos (e às vezes mais cansativos ...). A Filosofia devia entrar no quotidiano das crianças desde cedo. Há melhor ser para questionar o mundo e a sua engrenagem que uma criança ? E porque não manter esse espírito crítico pelo seu desenvolvimento ? Imagine-se um grupo de crianças acompanhados de um moderador/orientador... Crianças com perguntas, levantam questões, aprendem a ouvir e dão sugestões, partilham ideias, desenvolvem a criatividade com base na curiosidade natural e aos poucos, vão crescendo, tornam-se adultos, identificam problemas e adquirem capacidade para apresentarem soluções. E para melhorar a concentração, a harmonia, a articulação das palavras, a auto confiança, estimular a memória, coordenação motora e sobretudo a sensibilidade, o ensino paralelo da Música. Os dois hemisférios do cérebro em sintonia. Já agora, junte-se uma pitada de expressão plástica e... façamos tudo o que pudermos !
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015
quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015
Não quero esquecer-me do que se
passou ontem. Por isso quero escrever, para me ficar para sempre na memória.
Foi simples mas intenso. Agressivo demais para correr o risco de não recordar.
Tudo por causa de um saco de água quente que precisava para aliviar as dores
nas costas. Dores essas, alvo de massagem pela pessoa em causa na noite
anterior. Pois bem. Ontem insistiu em preparar-me o saco de água quente.
Disse-lhe que não. Tinha a água a aquecer dentro de uma panela. Imaginei-o a
deitar a água na boca pequena do saco e a queimar-se com os salpicos. “Não – eu
preparo, obrigada.” Voltou a insistir e voltei a negar. Imediatamente desceu a
escada com pés pesados e a bater no corrimão a falar alto que era sempre a
mesma coisa, que fazia de tudo para provar que ele não me faz falta para nada,
etc, etc… saí do quarto e enfrentei-o,
perguntei-lhe o porquê de tudo aquilo, o que estava a fazer… Volta o sentido,
começa a subir as escadas de forma agressiva, chega ao cimo dá-me um empurrão
para o lado do quarto que eu fiquei logo a chorar. Já estava com dores nas
costas e parece que os músculos ficaram todos encolhidos com o medo que tive
dele. Empurrou-me para o quarto e bateu com a porta. Os meninos tinham acabado
de se deitar. Com tanta violência pensei seriamente que me ía bater e
disse-lhe. “Nem mereces que te bata !” foi a resposta “Pões-me maluco! O que é
que tu queres ?” eu só chorava e dizia “não faças isso…” com medo das minhas
costas. Estúpido. Bruto. Disse-lhe que se era para isto ele que desaparecesse,
que não me chateie, só me põe a chorar, que raio de amor é que diz que me tem…
obsessão, isso sim, medo de ficar sozinho, e diz que não quer ser o coitadinho
… lá consegui sair e ir para a casa de banho. Preparei o saco de água quente e
deitei-me como pude, com ele a assistir. Besta. Daí a um bocado veio deitar-se.
Queria saber se estava melhor e se queria ajeitar o saco. Respondi sempre que
não a tudo. “Vá lá engole o orgulho…” teve a lata de me dizer ! e a minha
dignidade e auto estima ficam onde ?!
excerto de um diário, anónimo, ed. Res. AC/2014
Há mulheres que suportam muito nas suas vidas. E hoje não quero falar dos homens que poderão ser vítimas. Sou mulher e conheci já situações inadmissíveis em relações que são verdadeiras ralações. Uma teve de pegar no filho e fugir para longe de tudo sem poder contatar com ninguém. Contou com apoio de uma instituição. Largou tudo e saiu com a roupa do corpo. Muito nova mas de fibra, conseguiu arranjar trabalho e dar estabilidade ao filho. Infelizmente, muitas das situações de violência doméstica não acabam da melhor forma. Ou não apresentam queixa com medo de represálias, ou se apresentam retiram-na mais tarde, ou não têm apoio. Às vezes basta uma pessoa, uma palavra amiga de um desconhecido para que a mente se abra a novas realidades e faça a diferença e se tome coragem para a alteração fundamental. Mas as fragilidades são muitas, é sempre necessário apoio bem estruturado, conhecimento. E o que levará estes homens a perseguirem, a ameaçarem, a serem dominados por obsessões, por comportamentos patológicos de tal ordem que ou assassinam a vítima ou levam a que a mesma se suicide ???? Mais uma perdeu a vida. Hoje estou sem respostas. E triste.
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015
Há vontades que me superam, que
ardem no meu corpo. Como que entram nas extremidades do corpo e se apoderam de
cada membro, cada veia, músculo, órgão… concentram-se em determinados pontos
estratégicos e sem que consiga controlar, acabam por controlar-me. É desafiante
tentar não lhes dar importância. E por momentos consigo até distrair os
pensamentos e encaminhá-los para outros assuntos. Mas de repente lá voltam as
ditas vontades a acenar que nem loucas hienas sorridentes. Acabo por me rir
também. Para quê lutar contra a maré? Ela é poderosa ! E as vontades quando não
são saciadas acabam frequentemente em loucura, recalcamento, infelicidade. E eu
sou e sempre serei uma pessoa feliz, embora naturalmente louca por procurar
saciar as minhas vontades… ah ah ah !!!
domingo, 22 de fevereiro de 2015
Todos os dias era a correria do costume. Costume implementado há mais anos do que seria de esperar. Não que não pudesse ter começado antes, no tempo. Mas podia não ter sido tão enraizado só e apenas numa pessoa. Acreditava que era uma pequena conta a pagar por tamanha alegria com que era compensada sempre que olhava para aqueles seres maravilhosos. Havia coisas piores. Bem piores ao longo do tempo, que haviam de a surpreender quando esperava já não haverem surpresas. Não que não gostasse de surpresas, mas gostava que a fizessem sorrir, que lhe dessem um elogio, que apreciassem os seus gostos e habilidades. Todos os dias era a correria do costume. Levantar antes da "hora" para preparar o que faria falta durante o dia, desde lanches a dinheiro, horários, deslocações, assegurar transportes. Tratar da bicharada e dar um jeito na cozinha porque o cansaço era extremo na noite anterior e ficou (quase) tudo por fazer. Ok. Hora de acordar os mais pequenos com palavras doces e beijinhos para que ao abrirem os olhos não vejam um monstro mas uma mamã amiga. Dar-lhe pressa o resto do tempo se não tudo os distrai e serve de brincadeira. Olha para o relógio. Ainda há tempo para arrumar a roupa engomada. Faz as camas, Passa a mopa no chão. Alguém não encontra meias para calçar. Como não ?! Não foram para a gaveta ainda... A mãe ainda não está vestida. Corre. Entra no closet e tira um daqueles conjuntos pré pensados. Desce a escada de sapatos na mão, rímel fresco nos olhos, assusta-se com algo, diz uma asneira volta atrás passa desmaquilhante, torna a colocar rímel, olha para o relógio - está na hora ! há um filho descalço ainda ! Entra no carro transpirada já e segue caminho. Depois do episódio matinal, respira fundo e nem liga o rádio do carro. Os seus pensamentos fervilham e o coração tenta acalmar todo o peso de uma consciência. Sabe que faz o melhor que pode e sabe.
Pensou que seria bom ter um dia de folga. Não fez nada nesse dia. Nada !! Está cansada e já nem fala sózinha. Não se quer ouvir. Quer paz, silêncio. Foge das pessoas habituais. Aterra no sofá depois de um chá quente. Ainda tem frio. Tapa-se e adormece. Quando acorda o sol já se pôs. Outro dia passou. Os dias passam por ela sem que dê por isso. Abre os olhos no escuro e pensa "que dia tão desperdiçado, um dia sem amor, sem o verdadeiro sentido da vida". Mais valia ter feito a correria do costume. Essa correria é fruto de um amor muito grande, é viver em função de um projeto a longo prazo, é dedicar-se de corpo e alma a quem se ama, é esquecer-se de si própria para cuidar de outros. E sabe bem. Acredita que um dia alguém há de cuidar dela também. Alguém que saiba partilhar da alegria que lhe vem das suas paixões, que fique feliz de a ver feliz, que a entenda pelo olhar. Mas ainda está longe, o caminho é longo e a estrada tem altos e baixos. O dia chegará.
terça-feira, 17 de fevereiro de 2015
É ponto assente para a maioria
das mulheres que os homens são uma cambada de insensíveis que outras mulheres
puseram no mundo aleatoriamente. Também a maioria acaba por afirmar que só
fazem falta para que se assegure a continuação da espécie. Sabemos por portas
travessas que já não é bem assim. E até já se viu homens grávidos. E a
possibilidade da clonagem. Não nos desviemos pois também eu já contribuí para
colocar mais um homem no mundo e muito me orgulho disso ! Foi esse homem que
aguçou em mim todo o sentimento de ser mãe pela primeira vez. Despertou em mim
uma série de sensações, capacidades e competências que adivinhava mas desconhecia
até então. E todas elas se desenvolveram e perduram. E de todas essas caraterísticas
que me acompanham tento extrair o melhor, na minha ótica, e transmitir que ser
homem é muito mais que ter um par de bolas (não foi assim que ensinei) e voz
grossa entre outras coisas. Essa maioria de mulheres que pensa que os homens
são uns insensíveis são umas egoístas que só olham para o seu umbigo e nem
sequer gostam do que veem ao espelho. Homens e mulheres são física e
psicologicamente diferentes e só assim faz sentido. Mas em termos de
sentimentos a coisa é igual. Não me venham com histórias da carochinha que a
música é toda a mesma, pode é ser dançada de maneira diferente. Tudo tem a ver
com a maneira como os valores, os sentimentos, os hábitos, são ensinados. A
educação, a formação, a vivência muito ensinam e preparam para a vida. Por isso
há pessoas mais ou menos habilitadas na vida. E enfrentar sentimentos não é
pera doce. E falar deles, dos sentimentos, pode até ser constrangedor para
muitos. Há que respeitar e ajudar na medida do possível. Vivemos numa sociedade
essencialmente machista em que o homem continua a ser o durão, o que não chora,
o suporte, aquele que se espera que esteja sempre bem ! Contra senso. Ah pois é
… queremos fazer valer os direitos da Mulher aniquilando o Homem ?? Isto só
funciona se for equilibrado. Não vou falar de ecossistemas nem de sinergias nem
de simbioses. Não. Mas somos diferentes no género mas iguais nos sentimentos.
Não se esqueçam: os homens precisam tanto de amor como as mulheres.
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015
As palavras são de facto "pobres" para transmitir determinadas intenções ou sentimentos em certos momentos das nossas vidas. Sentimos e não conseguimos verbalizar, transpor para palavras, porque as que existem não contêm em si qualquer medida para descrever a grandiosidade do que se sente. Isto acontece quer falemos de bons sentimentos ou menos bons. E vimos que não vale apena o esforço . E calamos a voz. Deixamos que se revele em olhares e atitudes mas nem sempre é percebido como sentimos. É preciso haver um conhecimento abismal entre as pessoas para que isso aconteça. E não há.
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