Às vezes penso se pensas em mim. Se me lês ainda. Se dás pela minha falta, se te irrita o que digo. Sorrio. Precisamente por te imaginar irritado. Tenho muitos dias que não te lembro. Tenho dias de vento em que teimosamente caminho contra essa força. Tenho outros que nem o sinto. Talvez porque não sopre. O vento. Ouço os pardais e outros pequenos pássaros que não se misturam com os carraceiros e os corvos no jardim, e recordo os teus conhecimentos de tanta coisa na Natureza que admiro e não sei o nome. Tu sabes. Eu não preciso de saber o nome de cada coisa que admiro na Natureza para a sentir de forma avassaladora em mim. Serei por isso ignorante aos teus olhos ? Interessa-me mais sentir que falar. E muitas vezes sinto a tua falta. Nem que seja do que não tivemos porque assim tinha de ser. (Ter o quê ? )A tua crítica aguçada dava-me força. Assim como se picam as bestas antes de entrarem na arena. Que digo eu ... Estimulavas-me o pensamento, a curiosidade - coisa rara vinda de um macho. És daquelas pessoas com quem se pode partilhar o silêncio. Retomemos então. O silêncio. Até que se quebre. Assim, distantes.
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