sexta-feira, 16 de junho de 2017



Ficaria toda a tarde a observá-los. Tal como os humanos, distribuíam-se por grupos ou individualmente. À sombra de uma árvore, havia mães/tias a catar os mais pequenos. Num grupo jovem, de vez em quando ouvia-se uns gritos, uns em desacordo com outros, umas corridas, um reboliço a que toda a comunidade dava atenção e deixava por si só resolver-se sem interferência de mais velhos. Um macho lá do cimo tudo via, enquanto levava um dedo ao ânus para cheirar e lamber de seguida. Outros estendiam-se pela relva abrigados do sol que estava bem quente. Num dos reboliços, aquele jovem chimpanzé que vemos na foto, correu até à plataforma de madeira onde podia divertir-se nas cordas. E que feliz estava embora sózinho ! O talento acrobático com que nasceu foi todo ele apresentado nos minutos seguintes. O rodopio com várias formas dependurado na corda foi sempre efetuado com um sorriso rasgado. Visivelmente preocupada, uma chimpazé fémea mais velha já com escassez de pêlo, veio sentar-se debaixo da plataforma olhando para cima frequentes vezes para ver o (seu) menino. Parecia uma avó, como nós humanos. Paciente, experiente, preocupada, sentou-se e cruzou os braços. Ele descobriu-a e espreitou-a como quem diz "que estás aí a fazer ? queres ver o que consigo?" e lá voltou ele para as cabriolices sob o olhar atento dela.
Decidimos andar um pouco mais para cima, contornando o recinto. Não tardou a correr e fazer-se de engraçado na janela de acrílicio onde nos olhou olhos nos olhos e até sorriu. A "avó" acompanhou-o até ali e descansada foi ter com o grupo de fémeas que catava os pequenos, já com um poderoso macho ali sentado.
Não consigo vê-los como simples macacos. Estou eu a observá-los ou vou lá para que eles me observem ?
Quando cheguei ao gorila da montanha e o vi sentado, cheio de calor a olhar para todos os que estavam a espreitar no vidro... só fui capaz de me afastar e dar-lhe o espaço que é dele, sem espreitar a sua privacidade (que não tem !). Havia um gorila pequenote e a mãe guardava-o entre a porta que dava acesso ao ar livre. Ele saía e voltava a entrar.
Estava muito calor. As crianças não devem andar ao sol.


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