terça-feira, 20 de junho de 2017


Foto de que me transborde.

Às vezes acho que sou um capitão solitário de um cruzeiro de muitas vidas em que só me contactam para atracar nalgum porto ou para pedir ajuda para o que lhes convém. Ninguém se importa verdadeiramente comigo, com a minha pessoa. Sou forte o suficiente para não precisar de alguém, pensam. E sim, sou forte. Aguento muito. Desde dores físicas a lamentos das almas, quer seja da minha ou dos outros. Às vezes as almas dos outros ocupam-me mais tempo que a minha. Ok. Quase sempre.  A minha quando está ferida espreme-se em lamentos surdos no espaço que percorro até casa. Sózinha, claro. Sózinha sempre. Sózinha a pensar, a decidir, a fazer, a programar, ... a chorar. E assim serei e estarei. Já não quero iludir-me e desiludir-me. Sou. Ponto. E para ouvir absurdos que se inventam mascarados de amor, mais vale não o permitir. Porque mesmo acompanhada, estarei sempre só. Seria bom demais encontrar-te. Não existes.

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