Às vezes acho que sou um capitão solitário de um cruzeiro de muitas vidas em que só me contactam para atracar nalgum porto ou para pedir ajuda para o que lhes convém. Ninguém se importa verdadeiramente comigo, com a minha pessoa. Sou forte o suficiente para não precisar de alguém, pensam. E sim, sou forte. Aguento muito. Desde dores físicas a lamentos das almas, quer seja da minha ou dos outros. Às vezes as almas dos outros ocupam-me mais tempo que a minha. Ok. Quase sempre. A minha quando está ferida espreme-se em lamentos surdos no espaço que percorro até casa. Sózinha, claro. Sózinha sempre. Sózinha a pensar, a decidir, a fazer, a programar, ... a chorar. E assim serei e estarei. Já não quero iludir-me e desiludir-me. Sou. Ponto. E para ouvir absurdos que se inventam mascarados de amor, mais vale não o permitir. Porque mesmo acompanhada, estarei sempre só. Seria bom demais encontrar-te. Não existes.
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