Ela, a minha princesa, tem algumas dificuldades que os outros aceitem a sua maneira de estar no mundo. Não que tenha dificuldades em fazer amizades pois toda ela é sorrisos e vontade de conhecer o outro. Acontece que sempre foi muito estimulada para questionar e procurar autonomamente as respostas (mea culpa). Mas todo o desejo de conhecer, toda a curiosidade natural é inata a esta menina. Já nasceu assim, não fui eu. É certo que sempre falei muito com ela de forma muito íntima enquanto estava na minha barriga. Desde que soube que estava grávida, estabelecemos um contacto único e especial, principalmente ao saber que vinha aí outra mulher, outro ser guerreiro. Falava com ela a sós (tal como hoje) tanto com assuntos de felicidade como de preocupação, dando-lhe exemplos e mostrando como poderia utilizá-los no futuro a seu favor para evitar situações menos boas ou conquistar vitórias. E ela respondia-me com movimentos na barriga. Quando eu estava triste ou aborrecida com algo, a ligação era extrema e tenho a certeza que sentia o mesmo que eu, e juntas lá enfrentávamos o mundo. Mas o cordão umbilical agora é virtual. Foi cortado. Ela tem as situações dela e eu as minhas. Vamos falando, partilhando, abrimos caminho juntas muitas das vezes, noutras alturas tenho de defender a minha cria desses abutres ignorantes que desconfiam de tudo quanto é diferente, daquilo que não percebem. E vem-me ao pensamento a caça às bruxas, mulheres virtuosas, inteligentes, que conheciam a natureza e através dela curavam os enfermos, poderosas detentoras de conhecimento diverso, de anatomia, etc. Estamos no sec. XXI mas a mentalidade de muitos ficou lá atrás na Idade Média. E ela que gosta tanto de não ser igual a todos. Como a ovelhinha preta do rebanho que fez a diferença embora ela não queira ser como os outros, quer mais que os outros sejam como ela (conhecem a história ?https://www.youtube.com/watch?v=VcyRy7Gpb7A) diz que na escola lhe chamam gótica soft. Já foi com o cabelo roxo para a escola e até fez sucesso aparentemente – e fica-lhe tão bem ! Mas não consegue ter conversas como gostava com os colegas. Ela fala de cinema e de realizadores de cinema e conhece-os pelo seu estilo e filmes. Sabe o nome dos actores. Lê as críticas antes do filme sair em Portugal. Se estiver em inglês e tiver alguma dificuldade, faz copy/paste no tradutor e voilà ! Conhece as músicas antigas tipo anos 80/90 e canta-as explicando o que diz a letra. Filosofa sobre esoterismo e experiências paranormais. É fascinada por História, sobretudo a que diz respeito à antiga Grécia e Egipto, envolvendo Mitologia, claro. Adora arte. Faz coisas lindas com as mãos, seja a pintar, a desenhar, com tecidos, linhas… Escreve de forma maravilhosa contando histórias com início, desenvolvimento e fim, sempre com alguma lição a retirar. Não compreende injustiças. Quer ajudar todos que aparecem pela frente a pedir. É um doce de menina. Hoje disse-me que prefere a escola pública que frequenta à escola particular onde está em ATL, “nesta não ia ser feliz mãe”. Pois não. Estaria mais limitada, com meninos híper mega protegidos que “não conhecem o filme O Tubarão, como é possível já com remakes recentes, mãe ?” Tem 11 anos e uma memória enorme cujo início roça o dia em que completou os três anos. Como ela diz, “há coisas que eu não me queria lembrar mas que ficaram cá por qualquer motivo”. É muito boa aluna mas ainda não tem pedalada para não se deixar afetar pelos efeitos externos de vária ordem e acaba por se prejudicar. É uma wonder woman capaz de mudar o mundo. Adora bebés. Anda descalça sempre que pode e quando descontrai é bastante distraída – tropeça, derruba coisas... Talvez por ter uma atividade cerebral sempre acelerada, precisa de dormir muitas horas (10 a 12 é o ideal). Gostava que a instituição “escola pública” estivesse preparada para aceitar e soubesse estimular crianças assim. A minha não é única bem sei, mas é a minha filha. Sente-se muitas vezes marginalizada porque foge ao esteriotipo das coleguinhas que querem maquilhar-se e puxar os calções para mostrar a coxa assim que a mãe vira as costas. As educações não são as mesmas nem dadas da mesma forma. A minha cresce a saber aceitar as diferenças. Ainda no outro dia me falou de uma cantora que assumiu a bissexualidade e eu fiz um qualquer comentário que ela achou depreciativo e disse “não nos cabe a nós julgar as opções dela, mãe”. A minha menina de ouro é assim e tenho muito orgulho nela. Vai ser grande. Vai ser do tamanho dos seus sonhos !
quarta-feira, 28 de junho de 2017
terça-feira, 20 de junho de 2017
Às vezes acho que sou um capitão solitário de um cruzeiro de muitas vidas em que só me contactam para atracar nalgum porto ou para pedir ajuda para o que lhes convém. Ninguém se importa verdadeiramente comigo, com a minha pessoa. Sou forte o suficiente para não precisar de alguém, pensam. E sim, sou forte. Aguento muito. Desde dores físicas a lamentos das almas, quer seja da minha ou dos outros. Às vezes as almas dos outros ocupam-me mais tempo que a minha. Ok. Quase sempre. A minha quando está ferida espreme-se em lamentos surdos no espaço que percorro até casa. Sózinha, claro. Sózinha sempre. Sózinha a pensar, a decidir, a fazer, a programar, ... a chorar. E assim serei e estarei. Já não quero iludir-me e desiludir-me. Sou. Ponto. E para ouvir absurdos que se inventam mascarados de amor, mais vale não o permitir. Porque mesmo acompanhada, estarei sempre só. Seria bom demais encontrar-te. Não existes.
sexta-feira, 16 de junho de 2017
Ficaria toda a tarde a observá-los. Tal como os humanos, distribuíam-se por grupos ou individualmente. À sombra de uma árvore, havia mães/tias a catar os mais pequenos. Num grupo jovem, de vez em quando ouvia-se uns gritos, uns em desacordo com outros, umas corridas, um reboliço a que toda a comunidade dava atenção e deixava por si só resolver-se sem interferência de mais velhos. Um macho lá do cimo tudo via, enquanto levava um dedo ao ânus para cheirar e lamber de seguida. Outros estendiam-se pela relva abrigados do sol que estava bem quente. Num dos reboliços, aquele jovem chimpanzé que vemos na foto, correu até à plataforma de madeira onde podia divertir-se nas cordas. E que feliz estava embora sózinho ! O talento acrobático com que nasceu foi todo ele apresentado nos minutos seguintes. O rodopio com várias formas dependurado na corda foi sempre efetuado com um sorriso rasgado. Visivelmente preocupada, uma chimpazé fémea mais velha já com escassez de pêlo, veio sentar-se debaixo da plataforma olhando para cima frequentes vezes para ver o (seu) menino. Parecia uma avó, como nós humanos. Paciente, experiente, preocupada, sentou-se e cruzou os braços. Ele descobriu-a e espreitou-a como quem diz "que estás aí a fazer ? queres ver o que consigo?" e lá voltou ele para as cabriolices sob o olhar atento dela.
Decidimos andar um pouco mais para cima, contornando o recinto. Não tardou a correr e fazer-se de engraçado na janela de acrílicio onde nos olhou olhos nos olhos e até sorriu. A "avó" acompanhou-o até ali e descansada foi ter com o grupo de fémeas que catava os pequenos, já com um poderoso macho ali sentado.
Não consigo vê-los como simples macacos. Estou eu a observá-los ou vou lá para que eles me observem ?
Quando cheguei ao gorila da montanha e o vi sentado, cheio de calor a olhar para todos os que estavam a espreitar no vidro... só fui capaz de me afastar e dar-lhe o espaço que é dele, sem espreitar a sua privacidade (que não tem !). Havia um gorila pequenote e a mãe guardava-o entre a porta que dava acesso ao ar livre. Ele saía e voltava a entrar.
Estava muito calor. As crianças não devem andar ao sol.
terça-feira, 13 de junho de 2017
Oh meu Santo António
Escutai as minhas preces
Ouvi os meus pedidos
Não me desprezes
Dizem que és Senhor
E que a todos dás amor
Também quero um pra mim
Envia-me o Querubim
Nesta vida desencontrada
Já alguns me enviaste
Mas me sinto mal amada
Nos caminhos que traçaste
Espero ainda, talvez em vão
Conhecer o homem certo
Que preencha meu coração
E fique sempre por perto
Homem valente
Capaz de chorar
Divertido e inteligente
Que saiba abrigar
Paciente tem que ser
E saber cantar
Que não goste de beber
E não se negue a trabalhar
A lista já vai longa
Fica muito a faltar…
Hoje é Santo António
Só quero é dançar !
Não vai ser num convento
Que a fogueira vou saltar
Por essa noite dentro
até o dia raiar
Só tenho mais um pedido
que não podia faltar
que ele me traga um mangerico
e para sempre o vou amar.
sexta-feira, 9 de junho de 2017
Sincronicidade
Sincronicidade é um termo inventado pelo renomado psicoterapeuta Carl Jung. É o aparecimento de “coincidências significativas” na sua vida, sendo na maioria das vezes improváveis, irônicas e bastante úteis.
Esse fenômeno é uma sugestão do Universo e um sinal de sua intuição e conectividade com ele. Se você tem experimentado sincronicidade, isso quer dizer que você tem estado no lugar certo e na hora certa.
Mesmo que alguns digam que a possibilidade de um evento como esse é bastante baixa, para muitas pessoas as sincronicidades acontecem o tempo todo. É um evento mágico que nos permite reconhecer que estamos no caminho correto e abertos à orientação espiritual.
Mas como saber se você está vivenciando experiências de sincronicidade? Aqui vão alguns exemplos comuns:
1. Encontrando “por acaso”, recebendo uma ligação, uma mensagem ou um email de alguém que você está pensando a respeito.
2. Cruzando aleatoriamente com um produto que soluciona o exato problema que você tem, mesmo que você não esteja procurando por ele. De repente o anúncio ou o item na loja chega até você como se dissesse: “Aqui! Isso é exatamente o que você precisa!”
3. Assistindo algum filme ou série que possui uma história que espelha às suas próprias questões atuais.
4. Ouvindo desconhecidos em público falando sobre coisas que você vem refletindo sobre a sua vida.
5. Encontrando de maneira repentina uma pessoa que é capaz de te apoiar diante de um desafio recente, como se ela tivesse sido entregue diretamente a você com este propósito.
6. Recebendo uma mensagem reanimadora, por vezes fora do contexto, mas na hora certa. Você escuta alguma palavra positiva ou se depara com algum tipo de ensinamento elevado.
7. Compreendendo uma incrível sincronia. Uma coisa após a outra é percebida exatamente no momento correto e tudo se alinha perfeitamente.
Esteja atento aos sinais! Embora estes sejam grandes exemplos, a sincronicidade é um fenômeno ilimitado, podendo acontecer em diferentes áreas na sua vida.
Você já passou por alguma destas situações? Têm outros exemplos de sincronicidade? Comente e compartilhe conosco!
(Texto traduzido e adaptado por Despertar Coletivo, publicado originalmente no Raise your Vibration Today)
Veja mais em: http://despertarcoletivo.com/sinais-de-que-o-universo-esta-te-ensinando-atraves-da-sincronicidade/
Fiz mesmo copy-paste para que não se perdesse nada, embora tenha indicado o link logo no início.
Tenho tido períodos na minha caminhada, mais ou menos assim com esta sincronia. Se andar mais stressada não os identifico tão bem. Mas, quando me acalmo e tento sentir o motor do mundo, detetar os sinais do universo é uma coisa que vem por si só. Nem sempre os consigo interpretar. Por vezes, tenho de deixar passar um tempinho para perceber o que me estavam a indicar, mas acredito que seja uma questão de treinar a perspicácia. Quando os sinais vêm com muita antecedência, assusto-me um pouco porque tenho de tomar uma decisão para uma atividade que tinha agendado para umas semanas mais à frente e fico expectante para que esse dia chegue e eu perceba que tomei a decisão correta. (Estou num desses períodos precisamente.) Quando parece que tudo impede de realizar algo que queríamos muito, é melhor não o fazer. Por outro lado, se temos pensado muito em fazer algo e todo o universo conspira a favor é a altura para dar esse passo, mesmo que tenhamos receio de o fazer. Convém dizer que isto não acontece com todas as pessoas. Nas mulheres da minha família parece haver uma tendência acentuada para o desenvolvimento da intuição talvez porque somos muitos ligadas à Natureza, à terra e tudo o que dela cresce, à luz seja do sol ou da lua, ao mar, à chuva, à comunicação com o que não vemos mas sentimos. Estamos sempre ligadas por algo superior, muito acima do sangue que nos corre nas veias. Considero que seja um poder altamente sensível que partilhamos e que desenvolvemos pela observação atenta do que nos rodeia e talvez por memória de vidas passadas. Embora esta condição me leve a isolar de muita gente (sobretudo os incrédulos e materialistas com vida espiritual quase nula), é uma sensação muito agradável estar em sincronia com as vibrações do universo. Tentem. A vossa aura vai brilhar.
sábado, 3 de junho de 2017
sexta-feira, 2 de junho de 2017
A rapariga loura de cabelo comprido tem um ar leve e olha expectante sobre a multidão que se cruza entre os vários aromas de comida. Chega então um rapaz amoroso como ela mas que, inevitavelmente, perde todo o encantamento quando assume aquele gesto másculo de "os por no sítio". Claro que ela ignora - está apaixonada. Ele entretanto tem um gesto amável com outra rapariga, qual Barbie de ponpons nas sandálias de salto agulha e calças arrumadinhas na "gaveta", de fraco cabelo estupidamente alisado. Atrás de mim, um rapaz ao telemóvel queixando-se da mãe do filho. (E a fila que não anda...) Olho para trás... cadê a minha cria ??? Ah ! Estava na fila. Que susto ! Pizzas !!! Ao nosso lado janta uma mãe com três filhas fardadas de um colégio ali perto. Uau ! Nem um eu conseguia pagar ! Passam duas negras empurrando dois carrinhos com bebés. De frente, dois jovens bem dispostos e modernamente vestidos, com a calça justa e curta, cabelo impecável, barba longa cuidada. Vamos embora. Duas lindas morenas com traços indianos. Um rapaz lindíssimo de braço dado com uma senhora de muita idade caminha lentamente. Numa cadeira no varandim, uma senhora alimenta-se de pão de dentro de um saco de plástico, curvada sobre si mesma, absorta de tudo o que se passa à sua volta. Vê-se tudo e de tudo. E é esta diversidade, estas diferenças individuais aceites por cada um que faz este mundo mais rico, mais intenso. Perante tamanha diversidade cultural, a singularidade acentua-se tirando força à crítica. Tudo é aceite e nada choca. Tolerância. Aprendizagem. Adoro capitais.
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