Dulce vive só.
Dos seus airosos setenta e cinco anos, sente-se uma vida activa, uma mulher sem medo, bem humorada e "enxuta".
Viuva desde a meia idade, vive do que sobra das duas reformas depois de ajudar o único filho que resta. Fala com tristeza de mais essa partida que a morte lhe pregou. Dois filhos.
Apetece-lhe comprar coisas bonitas para a casa mas... para quê ? Tem coisas ainda por estrear e não tem visitas.
Diz-me que sai à mãe que ainda tem, já velhinha. É rija.
Ainda nos rimos um pouco. Pareceu-me conhecê-la desde sempre... Fiquei com a sensação que foi de lágrima no olho quando nos despedimos.
Estes encontros inesperados em que alguém que nunca vi se abre comigo a este ponto (foi um pouco mais do que revelo), fazem-me pensar e questionar tanta coisa na vida.
Amem, vivam, desfrutem, aproveitem cada momento, não sabemos como vai ser o momento seguinte.
Já agora, o nome é fictício. Nem sei como se chama. O que é um nome numa vida ?...
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