Aquela vidinha rotineira que muita gente leva corrida, como o fio da linha que corre nos apetrechos da máquina de costura enquanto se pedala desenfreadamente e o tecido desliza rapidamente entre as mãos que o conduzem, essa vivência de tanta gente é uma coisa sem sabor, ensonsa, como uma canja aguada sem gordura natural. A vida tem de ser vivida. Tem de ter quedas para nos sabermos levantar. Tem de ter altos e baixos. Tem de ter alegria e tristeza. Tem de ter calma e euforia. É dos contrastes que adivinhamos o meio termo, porque se vivermos a vida morna, nunca saberemos o que é quente e a escaldar, ou frio e gelado.
No caminho da vida vamos encontrando outras vidas e também essas devem ser diversificadas e ricas em acontecimentos, sensações. Quanto mais cor, mais tons conseguiremos obter, mais colorido será o cenário. Se apenas conhecermos desenhos limitados por linhas ficaremos chocados com algo que ultrapasse esse conceito finito. O que nos parece diferente é apenas algo que sai fora do nosso conhecimento e aceitação psicológica. Quanto mais conhecermos, maior será a nossa liberdade de escolha porque será consciente e mais ricos seremos porque a tolerância é irmã da compreensão.
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