quinta-feira, 30 de junho de 2016

Tenho saudades...
daquelas noites em que as nuvens eram empurradas por uma luz que tudo invadia brilhando mais que as estrelas, tanto como os teus olhos...
daqueles fins de tarde em que ficávamos presos ao sol com receio de perder o segundo em que tocava na água imensa de um mar que sempre nos acolheu...
e as manhãs em que de olhos abertos esperavas que abrisse os meus em frente aos teus...
Tenho saudades...
de refeições em que perdiamos a fome porque o alimento que desejavamos não era o que estava no prato...
do cheiro do amor que ficava pela casa motivando um sorriso cumplice...
das mãos dadas, trocadas, amadas, adormecidas, tocadas, brincadas...
das aventuras sem destino, das surpresas boas, da vista lá do alto, das flores que colhias...
... saudades do amor, da ilusão, do sonho, da leveza, da felicidade pura.


terça-feira, 28 de junho de 2016

Não me digas que o Tempo cura.
O Tempo nada cura ! Ajuda a cicatrizar mas não cura, pelo contrário prolonga a memória porque marca momentos inolvidáveis. E enquanto passamos no tempo, há sensores extremamente sensíveis que com um leve aroma accionam aquele cantinho da memória onde tudo estava gravado e arrumado, e passa a fita do filme todo em breves segundos.
O Tempo...
O Tempo distante cria saudade ou repugnância pelo momento longínquo.
O Tempo brinca connosco, dá, tira, repõe e volta a tirar... e carrega, e envelhece, e demora, e alarga de um lado encurtando do outro. Não merece confiança. E no entanto, tudo depende dele.

segunda-feira, 27 de junho de 2016

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De dentro para fora, para acolher os outros em mim


As pessoas não se querem crer que toda a preocupação martiriza os orgãos internos, toda a ira que não sai em palavras ou actos se acumula no nosso interior, tudo o que não se resolve e se recalca, todos os problemas que teimam em manter-se, são absorvidos pelos orgãos destinados à purificação do corpo e também por aqueles que digerem o que consumimos. Estou a falar do aparelho digestivo e não só. Estômago, fígado, pâncreas, rins... quase todas as pessoas com problemas nervosos acabam com problemas nestes orgãos. Desde "estar com os azeites" (com azia) até "refilar faz mal à visícula" ou ainda ter "maus fígados", são algumas das expressões populares que nem damos conta mas que estão relacionadas com o assunto. A raiva e a frustação consomem-nos por dentro. Há que libertar esses sentimentos conduzindo essa energia negativa de forma a que se descubra algo de bom, que faça bem. Se eu não estiver bem para mim, não consigo estar interiamente bem para o outro. Um orgão afetado, afeta consequentemente o funcionamento dos outros, desequilibrando todo o circuito. Da mesma forma se eu estiver bem, consigo transmitir isso ao meu semelhante e ao meu redor, uma onda benéfica se espalhará. Mas sobretudo, tenho de me aceitar, de me compreender primeiro para que se instale a tranquilidade/equilíbrio e de mim brotar harmonia. Ter paciência comigo. Só depois estarei apta para ajudar outros como eu.





quarta-feira, 22 de junho de 2016

Estou a aceitar um pacote de coisas na vida que antes me davam que fazer. Não sei se o avançar da idade, a suposta maturidade e outras palavras acabadas em "dade" serão os responsáveis por esta aceitação. O facto é que está a acontecer. Uma dessas coisas é perceber porque as dietas não funcionam comigo, ou porque funcionam muito bem ao princípio e depois há um abandono da minha parte que destroi todo o esforço anteriormente feito. Está tudo nesta frase. Funcionam bem porque sendo de personalidade forte e de ideias sempre novas, o empenho investido é grande e dá resultados imediatos mostrando que "sou capaz". Mas nesse preciso momento em que se verifica que "fui capaz", é inevitável o reconhecimento de ter sido uma ideia imposta que me alterou os hábitos diários, sentindo que ando comandada por algo externo que me impõe regras, limites, horários, quantidades, produtos específicos,... Pois. Para quem não usa sequer relógio para não ter a noção de ser comandada pelo tempo... para quem não gosta sequer de prender o cabelo num elástico... para quem gosta de conhecer as regras apenas para usufruir das suas falhas... Dietas para mim, não ! Um regime para o resto da vida ...? Não. Bebo uns cházinhos e pouco mais. É que quando me apetece um doce, como-o com prazer, sem culpa. E quando me apetece uma comida vegan, cozinho-a e desfruto dela até com os olhos. Agora, alguém chegar e dizer "tem de ser assim", bah ! Pensando bem, deve ser por estas coisas que os meuis filhos dizem que vou ser uma avó muito zen, muito calma, muito exotérica. Estou a imaginar-me a praticar ioga com os meus netos (oxalá) no chão da sala, por entre o ambiente acolhedor de insenso e velas... Maravilhoso quadro !



sexta-feira, 17 de junho de 2016

Amor infinito

Tenho momentos na vida que parecem retirados das cenas de filmes e me deixam o pensamento solto no infinito campo do amor.
A minha filha herdou o cabelo forte e ondulado da mãe e o muito cabelo que tem é dificil de pentear. Então, todas as manhãs (ou quase) tento pentear-lhe os fios de cabelo de maneira que não lhe doa muito. Começo pelas pontas e vou aumentando a amplitude. (Sim, usamos sprays, óleos, condicionadores, amaciadores, protetores solares, produtos sem sal...). Não há dia que não haja uma lágrima, pelo menos. Mas a hipótese de cortar o cabelo estão completamente fora de questão. Ela não quer e o cabelo está lindo !
Hoje de manhã, enquanto se queixava e eu fazia o melhor que podia, disse-lhe que devia ir-se habituando a pentear-se sozinha pois já está crescida e talvez não refilasse tanto comigo. Começa num pranto e diz que não vai nunca pentear-se sozinha e que não quer fazer isso ! Abraça-me e fica colada com as lágrimas no meu decote. Mas porquê ? perguntei. "Porque quando eu me pentear sozinha é sinal que já estou mesmo crescida, que tu deixas de me pentear, e perdemos esta relação, esta dependência... e eu não quero perder-te, ficar sem ti, nunca !" 
Abracei-a, cobri-a de beijos e só consegui dizer que vou penteá-la sempre que o desejar !


PS: foi o meu pai que me penteou o cabelo até aos 12 anos, a minha mãe não conseguia.

quinta-feira, 16 de junho de 2016

Passemos à frente a publicidade (pois que nem conheço a revista em causa) mas acho  merecedor de divulgação a atitude do principe. Sobretudo depois das acusações de homossexualidade que recairam sobre o seu pai, como se isso pudesse fazer diferença na personalidade da sua pessoa. A ser verdade, o que ele deve ter sofrido recalcando todo o seu "eu" durante anos.
Um exemplo, este William.
A importância de respeitar os outros.
Ninguém deve ser alvo de perseguição. Por nada.


quarta-feira, 15 de junho de 2016

Aquela vidinha rotineira que muita gente leva corrida, como o fio da linha que corre nos apetrechos da máquina de costura enquanto se pedala desenfreadamente e o tecido desliza rapidamente entre as mãos que o conduzem, essa vivência de tanta gente é uma coisa sem sabor, ensonsa, como uma canja aguada sem gordura natural. A vida tem de ser vivida. Tem de ter quedas para nos sabermos levantar. Tem de ter altos e baixos. Tem de ter alegria e tristeza. Tem de ter calma e euforia. É dos contrastes que adivinhamos o meio termo, porque se vivermos a vida morna, nunca saberemos o que é quente e a escaldar, ou frio e gelado.
No caminho da vida vamos encontrando outras vidas e também essas devem ser diversificadas e ricas em acontecimentos, sensações. Quanto mais cor, mais tons conseguiremos obter, mais colorido será o cenário. Se apenas conhecermos desenhos limitados por linhas ficaremos chocados com algo que ultrapasse esse conceito finito. O que nos parece diferente é apenas algo que sai fora do nosso conhecimento e aceitação psicológica. Quanto mais conhecermos, maior será a nossa liberdade de escolha porque será consciente e mais ricos seremos porque a tolerância é irmã da compreensão.

terça-feira, 14 de junho de 2016




... e quando assim é, não adianta tentar chamar à razão. A única coisa sensata a fazer é virar as costas  e seguir caminho sem olhar para trás !



quinta-feira, 9 de junho de 2016

A leveza da luz
a pureza dos gestos
o coração nas pontas dos dedos
Sentimentos recalcados
que teimas em esconder
baralham a compreensão
confundem as palavras
levam por caminhos menos claros
A negação vence
A aceitação recua
Para sempre estanque
toda a semente que daria flor...



terça-feira, 7 de junho de 2016

Há textos que quando os lemos parece que foram escritos por nós ou para nós. E embora já tenha passado por esta situação há uns meses, achei curioso e decidi partilhar aqui para que cada um possa refletir sobre a SUA situação.


 Não devemos esquecer que somos as pessoas mais importantes para nós mesmos pois tendo que conviver connosco próprios é de todo o interesse que façamos para estarmos felizes e em paz. O respeito que temos por nós próprios é essencial para que o possamos exigir do outro que está à nossa frente. O brio, a dignidade, a consciência tranquila são fundamentais para a nossa saúde mental. E aquela máxima "mais vale só que mal acompanhado" mantém-se actual ! Amem-se e sejam felizes pois isso vai transparecer e funciona como um pólo de atração. Se formos verdadeiros connosco, os outros verão o que realmente somos e não virão em busca do que não somos, da mesma forma que não temos de representar para ninguém. Mostrem o que são e o que querem e se não corresponder... temos pena, é para riscar, traço por cima e segue para bingo. (Sinto-me poderosa hoje ! Ui...)





segunda-feira, 6 de junho de 2016

Há fins de semana em que não apetece nada sair de casa ou mesmo que apeteça, aparentemente não há eventos nos arredores e temos de procurar distração por nós mesmos. Não foi o caso. No fim de semana passado, para além de estar muito bom tempo propício a um mergulho, havia festas e festivais, exposições e outras atividades, tornando difícil a escolha. Tomámos coragem e lá fomos até à feira do livro em Lisboa fazer umas comprinhas sob desconto. Mas... e depois ? Após muitas voltinhas para arranjar parqueamento grátis decidimos o resto da nossa tarde junto a um semáforo em apenas um minuto. O tuk tuk estava ali e rapidamente negociámos um passeio com o senhor super simpático que nos levaria a conhecer alguns pontos maravilhosos da nossa capital.

Interior da Sé


Ruínas de um Teatro Romano

Uma das muitas escadinhas típicas, aqui junto às antigas muralhas 


História de Portugal em banda desenhada num arco (este é apenas um dos quadradinhos) 


Convento de São Vicente de Fora (fora das muralhas) visto ao fundo 


Vista do miradouro das Portas do Sol
 


Castelo de São Jorge visto do miradouro da Senhora do Monte
 

Panteão Nacional 

Umas das entradas para o Bairro de Alfama (bairro de Fado, de Amália Rodrigues) 

Um pormenor símbolo de Lisboa (juntamente com o corvo) 

Salão de chá 

Ruas e ruelas 

Um dos limites das muralhas do Castelo em Alfama 

Painel de Azulejo 

Estátua de D.José I, Praça do Comércio



Como sempre, o que é inesperado quando é bom, supera tudo o que poderíamos ter combinado ! Ficámos de barriguinha cheia :)



sexta-feira, 3 de junho de 2016


Que venha o amor
que venha o abraço permanente que nos faz sentir seguros mesmo soltos
que venha o equilíbrio que completa, que prolonga o nosso gesto
que venha quem nos quer bem, quem nos ouve quando estamos calados
que venha a felicidade verdadeira, o riso, a tranquilidade em cada manhã
que venha o amigo, a companhia, o aconhego de quem nos aceita pelo que somos
que se mantenha a esperança que alimenta o sonho...



quinta-feira, 2 de junho de 2016


... passa a falta de graça, alivia o peso do momento, dá alento a quem precisa, faz bem.