terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Anda tudo na correria para comprar passas, champagne, caviar, lagostas, serpentinas e outros confetis, roupa brilhante e provocante... e entre sorrisos e toda esta pressa de viver a passagem do ano velho para o ano novo, já se lembraram de quem está sozinho ?... não é estar sozinho por opção é não ter ninguém para companhia mesmo que o deseje muito ! Quem não tem família, quem a tem mas é como se não tivesse, idosos que vivem sós, pessoas com limitações, até mesmo alguém jovem que está só num país que não o seu... há tantas situações diferentes. Mas atenção, não se esqueçam de todas as outras "passagens" de um dia para o outro ! De facto comemorar a passagem de um ano para outro é quase como comemorar o aniversário. Mas porquê comemorar isso de ano a ano ? todos os dias devemos ficar felizes por mais um dia em que acordamos, ter fé, esperança em dias melhores, agradecer com um sorriso e pensar no "outro", descentralizar do nosso ego e ajudar com vontade quem precisa todos os dias do ano, não apenas nesta quadra. E às vezes não é preciso gastar um cêntimo para ajudar quem precisa, basta estarmos lá. É bom tomar consciência da importância da nossa companhia e boa disposição na vida de alguém pois os efeitos podem fazer toda a diferença para essa pessoa. E o retorno, é simplesmente amor, e sabe bem. Ainda ontem tive um problema de locomoção e para andar tive de apoiar-me numa bengala (parecia uma velhinha). No entanto, após medicação intramuscular retomei a postura e embora coxeie já me movo sozinha. Para não preocupar determinada pessoa que tinha combinado acompanhar hoje num exame médico, nada disse a não ser hoje de manhã, pois já estava bem melhor. Tive um retorno lindo, tranquilo, de companheirismo, amizade pura, que me acompanhou posteriormente a nova tomada de injeção, deixando-me em casa no fim de tudo. É isto que importa. Fazer sem esperar que nos façam. Dar sem esperar receber. É com estas pessoas que contamos sempre e esperamos que contem connosco. No entanto, devemos de estar atentos pois é provável que estas pessoas sempre prontas a ajudar se retraiam na hora em que são elas a precisar. É outros dos meus objetivos para 2016: estar atento. Espero também escutar mais e falar menos - quem escuta deve aprender e se vai falar deverá ser para ensinar. Quero ser mais tolerante também. E rir muito. E fazer mais coisas que gosto. Acima de tudo, quero ser uma pessoa melhor todos os dias um pouquinho mais. E vocês, já estabeleceram as vossas metas para o próximo ano ? Feliz Ano Novo !

I have a dream, you should have one too! B E L I E V E !

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015




Esta noite não te sintas só. Acende uma vela e sentirás a minha presença... Estamos juntos sempre que quisermos. Feliz Natal !

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Estamos a chegar ao fim do ano. É altura de balanço, de ver o que corrigir no próximo ano, de por de lado o que não se quer, eleger por que lutar. Neste fim de ano estou particularmente sensível. Nem consigo pensar bem. No início de 2015 não tinha objetivos estabelecidos - o que nunca tinha acontecido. Tinha umas ideias mas talvez quisesse dar uma folga a mim mesma e não quisesse impor-me metas. Sei lá. Este ano tenho objetivos, todos a longo prazo e assentes em certezas, em bases estáveis e bem definidas, se não forem assim não vale a pena. Sim, estou exigente. Com coisas e com pessoas. Sei bem o que não quero. E não, não esperem que peça desculpa. Cansei de tentar agradar a todos. Tenho um mundo muito meu, especial. Quem faz parte dele poderá sempre sair mas dificilmente alguém conseguirá penetrar nele. (It has to be very special)

Fiquem com Brandi Carlile, tenho estado toda a tarde a ouvir um concerto dela ao vivo.

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sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

“Não use o telemóvel enquanto conduz. Boas Festas em segurança”.


Foi esta a mensagem transmitida pela senhora que está escondida na máquina de pagamento automático na portagem. Sempre que ela me diz “boa viagem” normalmente agradeço. Noutras vezes que estou menos bem disposta, aproveito para insultá-la quando pede o cartão de pagamento pela segunda vez. Coitada. Até é simpática mas como é mais contida do que eu, descarrego amiúde o meu mau feitio em cima dela. Nunca se queixou. (ah ah ah ) Desta vez fiquei a pensar na mensagem. Fiquei a pensar em quantos condutores como eu ouviriam aquelas palavras de forma a que seguissem o seu caminho pensando no seu significado. É que não é só pensar na nossa segurança mas também na dos outros que se cruzam connosco. Eu sou cuidadosa mas se quem vem de frente não o for… E não é só nesta quadra que devemos refletir sobre este assunto mas sempre que nos sentamos ao volante para iniciar qualquer viagem. Seja telemóvel, álcool, velocidade, desordem no habitáculo da viatura, música demasiado alta, condições climatéricas adversas, piso alterado, ou mesmo a nossa saúde debilitada, tudo deverá ser pesado na balança da segurança. No nosso carro entra quem nós gostamos por isso devemos manter a sua integridade. Boas festas a todos, em segurança. Vale apena pensar nisto.




Quantos anos tenho?
Tenho a idade em que as coisas são vistas com mais calma, mas com o interesse de seguir crescendo.
Tenho os anos em que os sonhos começam a acariciar com os dedos e as ilusões se convertem em esperança.
Tenho os anos em que o amor, às vezes, é uma chama intensa, ansiosa por consumir-se no fogo de uma paixão desejada.
E outras vezes é uma ressaca de paz, como o entardecer em uma praia.
Quantos anos tenho?
Não preciso de um número para marcar, pois meus anseios alcançados, as lágrimas que derramei pelo caminho ao ver minhas ilusões despedaçadas…
Valem muito mais que isso
O que importa se faço vinte, quarenta ou sessenta?!
O que importa é a idade que sinto.
Tenho os anos que necessito para viver livre e sem medos.
Para seguir sem temor pela trilha, pois levo comigo a experiência adquirida e a força de meus anseios.
Quantos anos tenho? Isso a quem importa?
Tenho os anos necessários para perder o medo e fazer o que quero e o que sinto.

José Saramago

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015




Entre as folhas caídas que o regaço do tempo acolhe
formando manto de momentos vividos
morrem as promessas de loucuras futuras
afogadas em amassos e apertos que tu e eu
entre palavras de ocasião soltamos, juras de mentira
foram beijos roubados, olhares de perto cruzados
nunca o inverno foi tão quente...


terça-feira, 15 de dezembro de 2015


"... tem dias que a gente só quer acreditar no que ainda vamos sentir."

Há tanto para descobrir em mim por mim mesma
este invólucro de sentimentos que transborda constantemente
com receio de se dar a conhecer
tantos porquês para responder
tantos abraços por sentir e sorrisos por esboçar

Eu sirvo (te)
tu serves (me)
ele serve (te, me, nos...)
etc
nós aproveitamos
vós aproveitais
eles aproveitam
...
eu retribuo
tu aproveitas
ele inveja
nós somos parvos
vós quereis mais
eles são espertos
...
As relações entre humanos são inevitavelmente relações de interesse, assente no serviço prestado o qual pressupõe retribuição, seja ela consciente ou não. Mesmo um progenitor que ama o filho e faz tudo para que o mesmo esteja bem em todos os aspetos espera algo em troca, seja um sorriso, um beijo ou simplesmente perceber a satisfação de bem estar do filho. Pegando nesse "serviço", há uns que servem mais e melhor que outros. Há os que estão sempre prontos a servir os outros, a ajudar, e que o fazem bem e com gosto, sendo por iniciativa própria ou por sugestão de terceiros. E depois há os que só "servem" se houver contrapartida. Pensando bem, ainda há um terceiro grupo. São aqueles que se disponibilizam para servir mas que na hora H nunca podem fazê-lo, no entanto recebem de braços abertos o serviço que os outros lhe podem prestar. Enfim. A vida é feita de trocas, de alegrias e tristezas. Hoje dou-te eu. E amanhã quando eu precisar, estarás lá para mim?

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quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

A Grande Caminhada da Vida XIV

Alice trazia no coração a esperança do advento que lhe fora cuidadosamente transmitida ao longo dos anos que rapidamente passaram sem que por eles desse conta. Mantinha a fé, o entusiasmo, o desejo de reunir a família para que o Natal voltasse a fazer sentido. Como todos os anos, a morte baixava à Terra espalhando o seu fedor. Alice receava sentir esse cheiro nauseabundo que todos os anos ameaçava os mais debilitados da família. Este ano não seria exceção. A precaução e o medo instalara-se. A família dividida era uma falha a eliminar pois era como um muro com brechas, enfraquecido pela força do vento. Alice sentia frio de vez em quando sem distinguir se seria a morte a rondar ou o espirito mau do Natal a querer castigar a falta de união familiar. Alice sabia que era possível. Era possível unir a família, sim. Mas essa possibilidade incluiria a presença da morte. Só isso iria dar uma lição a todos, só isso iria aproximar e unir a família. Alice, sentada à porta no baloiço sobre a neve, olhou para o céu fixando a estrela mais brilhante e desejou que a vida expulsasse a morte. Sabia que ficariam separados fisicamente, mas a sua alma estaria tranquila e o Natal faria sentido porque o amor vence tudo.



quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Reflexão...

Há períodos do dia ou dias, em que parece que nos cruzamos na rua apenas com um determinado tipo de pessoas. Pensem lá se de vez em quando não vimos muitas grávidas, por exemplo ? ou pessoas muito gordas, ou pessoas com deficiência, ou mendigos a pedir esmola ? quase nunca nos aparecem pela frente pessoas muito bonitas… enfim (tirando as grávidas, claro, que possuem uma beleza singular). De há dois dias a esta parte tenho-me cruzado com gente muito feia. Mesmo. Acredito que o sejam apenas por fora, na sua maior parte. Pessoas desdentadas, com dedos amarelos pelo tabaco, de cabelos desgrenhados, alguns muito magros, outros sujos, a falarem alto, pessoas de ar suspeito mas ao mesmo tempo aparentemente pessoas sem qualquer receio de nada nem de ninguém. Saí do caminho habitual. Às vezes faz bem. Decidi caminhar por um bairro menos afortunado. E se vi muito do que esperava pelo lado negativo, também fui surpreendida pela positiva. De uma casa muito humilde, saía o som de uma ópera lindíssima que enchia a rua. Vi gaiolas de pássaros nas varandas, vi gatos, vi moscas dançando em locais menos frequentados. Espreitei tabernas vazias, vi mulheres a fazer croché à porta de casa. Vi trocas entre palavras bichanadas e olhares desviados mas que tudo controlam. Vi um carpinteiro a lixar madeira e um serralheiro a trabalhar na hora de almoço que deve ser curta. Vi a vida ali ao lado, com os mesmos olhos, mas vi vidas diferentes embora sejam iguais todos os dias. Talvez ficasse mais atenta e agora olho para as pessoas e as que se destacam são as mais significativas para mim, essas que me puseram a pensar.


Parce que la vie c'est l'amour... et l'amour c'est ma vie, j'aime cette musique.

Méditation de Thaïs - Jules Messenet

sábado, 5 de dezembro de 2015



Terminei hoje. Foi difícil no princípio. Depois começamos a ver a obra ganhar vida e apaixonamos-nos. Há um altura em que não sabemos mais o que fazer. Mas começamos a fazer os pormenores que fazem a diferença. E parece que a obra nunca mais ficará acabada. E de facto, há sempre mais um retoque que podemos dar... Mesmo assim, acho que ficou lindo (não quero cá saber de modéstias). Próximo passo: escolher um moldura que realce a pintura !

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

A grande caminhada da Vida XIII

Alice está cansada. Cansada da velocidade a que o tempo passa. Já questionou muitas vezes se é o tempo que passa por ela ou se será ela que corre através do tempo. O tempo está sempre lá para todos, permanecendo inalterável, sempre com o mesmo ritmo, no mesmo espaço. Mantém-se, portanto. Tudo o resto é limitado precisamente pelo tempo. A cronologia não pode ser invertida. O tempo é o senhor de tudo. Impõe-se desde o começo, a origem, que evolui e tem um fim. Nascemos, crescemos, morremos. A morte vem no fim do percurso de tempo que nos é concedido. Não dá para inverter. Os verbos são conjugados em tempos verbais. Tudo depende do tempo e dizer "dar tempo ao tempo" é uma perfeita loucura ! O Tempo tem o tempo todo de todos ! Nós é que temos de contrariar o tempo ocupando o seu espaço da melhor maneira possível, não deixando lacunas no tempo que nos é concedido. Dar o nosso tempo a alguém é dar um pouco de nós, um pedaço da nossa vida que não volta. Alice conclui que o tempo é o que de melhor se pode dar a alguém por isso tem de valer a pena para não sentirmos que nos roubaram o tempo. Mas... e o amor onde fica ? O amor precisa de tempo para se revelar, de espaço para se dar no tempo e é a melhor forma de aproveitar o tempo.
Alice segue, confiante, porque o amor sempre ocupou espaço no tempo da sua vida.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015



O passar e nada dizer
o olhar antes de virar na esquina
o perguntar sem dar a saber
o ser capaz de manter o silêncio
e esconder o sentimento...




terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Resultado de imagem para yoko onoSomos mulheres. Nascemos nuas, como todos os bebés. Toda a vida carregamos o estigma da beleza física. Só mais tarde percebemos que a verdadeira beleza não é exterior, e que a beleza de ser mulher é precisamente aquilo que não se vê. É o que é intrínseco ao facto de ser mulher. Sente-se, está lá. E se não nos amam por aí, nem vale apena aceitar um pseudo amor limitado à imagem física. Gosto muito do calendário da Pirelli para 2016. Mulheres reais fotografadas pela objectiva de outra mulher real.