Como eu, há tanta mulher por aí a sentir-se só nos seus pensamentos. Não se confunda com solidão, esse estado que se assemelha a um poço em que alguém cai e custa a sair de lá. Não. Não me sinto fisicamente só. Gosto muito da minha companhia. Gosto de diariamente me isolar um pouco para que em silêncio possa ouvir melhor os meus pensamentos e poder optar sem pressões pelo caminho a seguir. Às vezes não é no silêncio mas sim com a música bem alta de maneira que se erga uma barreira contra todos os sons externos a esse ambiente em que procuro a organização de ideias. Noutras alturas (e cada vez mais) é junto da Natureza, em caminhadas exaustivas individuais para cansar o corpo de maneira a que a energia abandone a matéria e se concentre na essência - o que não é palpável e de facto me define: o espírito, o pensamento, os sentimentos, valores, etc. E ouço o melro a cantar, o vento nas folhas das árvores que me saúdam à minha passagem, a água que corre escondida nas ervas, os corvos imponentes pousando na terra, a lagartixa fugidia, a flor que me sorri... (hoje achei um ovinho pequenino do tamanho de uma unha, guardei-o para mostrar à pequenota). E integro-me aí fugindo do mundo dos Homens onde se discute tudo por todas as razões, ninguém parece estar de acordo em nada, sobre coisa nenhuma. E recordo a avó, amante das flores, dos passarinhos, da vida... que saudades de poder deitar a cabeça no seu colo sem nada dizer... A avó conhecia-me tão bem. E há mais uma ou duas pessoas a esse nível de compreensão comigo. É triste quando queremos expandir a nossa ideia e vimos que não está a ser recebida da mesma forma como a sentimos. E não adianta "gastar latim" porque a pessoa está sintonizada noutra frequência pela qual já passaste mas que felizmente ultrapassaste. E não sai dali. E não aceita. E responde fora do contexto quando se espera que nos tenha ouvido e compreendido porque até é uma pessoa amiga conhecida há tanto tempo ! E cai tudo. A pessoa não percebe nada !! A conversa acaba abruptamente porque não vale a pena continuar e penso: "é isto a maturidade ? Devo calar-me, fazer-me desentendida para não ferir o outro(a) e sair airosamente da conversa ?" Tirem-me deste filme se faz favor ! Ainda passo por mal educada e estou a borrifar-me para isso porque já estou naquela idade que não devo explicações a ninguém, apenas devo respeito a quem me ama, quero é viver em paz comigo e com os que amo. As pessoas estão a perder-se no mundo material, de aparências e ostentações e isso cansa-me. Mas há mais, muito mais... fica para outro dia. :)
Tive um fim de semana maravilhoso ! Livre, com quem mais amo !
Sem comentários:
Enviar um comentário