O novo ano começou de uma maneira diferente para nós lá em casa.
Antes da meia-noite deixamos em casa um avô (meu pai) com gripe e quase 40 graus de febre e rumámos à cidade para ver o fogo de artifício. (Claro que ficou devidamente acompanhado.) Tanta gente na rua e a fila de carros era tão extensa que pensámos em subir à serra para termos uma vista privilegiada. Não foi preciso pois conseguimos um lugar de estacionamento próximo do lançamento. Um lugar proibido, claro, mas foi só por uns instantes... O dia 1 foi quase igual a tantos outros não fosse a noite desse dia acolher mais uma estrela no firmamento. O anjo da morte que tanto rondou, acabou por levar a (minha) avó. A avó mãe de todos, com um colo onde cabia sempre mais um, com um abraço quente e seguro, com um coração do tamanho do mundo ! A resistente de 9 irmãos, a última das primas, aquela que sem nada ter levou amor a tanta gente, principalmente crianças que amava e sempre me disse que "são o melhor do mundo". Nunca tive ciúmes do que dava aos outros da minha idade, ensinou-me o valor da partilha, "podemos ter pouco mas temos mais se o partilharmos com os outros". Uma avó que será eterna porque foi muito amada e amou muito, e os afetos são eternos. "Minha filha", "rosa branca"... Acho que a avó deve ter sido destacada para a creche dos anjos no céu. A sério. Quase a oiço cantar para eles como fazia para mim "é tão bom ser pequenino...".
E no dia seguinte à despedida, uma das minhas crianças a comemorar mais um aniversário ! É assim a vida. Num dia chora-se muito, no dia seguinte canta-se com alegria. Foi uma semana de contrastes mas de muito sentimento, desafios constantes, um começo de facto diferente.
Cá estamos para um novo ano que acredito seja de muitas oportunidades boas. Espero agarrar algumas.
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