segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

De vez em quando sinto-me cansada.
Cansada de não dominar a Vida e deixar que seja ela a dominar os meus dias.
Mal deixo uma janela entreaberta e lá vem ela senhora do seu nariz apressada como sempre.
Nem me deixa pensar. Nem me deixa questionar.
Vem de braço dado com o vento do Norte e com uma ampulheta debaixo do sovaco, e arrasta os meus dias roubando-me o tempo que guardei para viver.
Nada me pergunta. Impõe-me aquele ritmo e lá vou eu qual robot...
Não Vida, não pode ser, não pode continuar assim.
Tem de haver escolha.
Viver não é ser levado pela vida, não é resolver os conflitos que me ofereces, não é cair-me em cima e ter de suportar o peso.
Viver é poder optar, é evitar os conflitos, é sermos leves, é ter tempo para rir, para não fazer nada e para fazer tudo nesse nada escolhido. É sentir, é amar, é ser simplesmente.
Sinto-me cansada de nada fazer contra essa vida que me domina e faz estar viva.
Mas vou dar-lhe a volta, inventar o meu tempo, ser eu a dominar para que sinta a Vida.


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