terça-feira, 29 de março de 2016

Estive ausente.
Não como muitas das vezes que estou ausente de escrita mas presente de espírito. Desta vez estive fora do meu ambiente natural. Fugi por uns dias e tudo pareceu mais leve, mais fluido nos sentimentos bons. Quando vou para longe, todos evitam dar más notícias, ninguém se queixa de dores por telefone, quem nos serve por profissão é extremamente simpático, há sorrisos gratuitos que se pagam à posteriori. E a gente alivia. E mergulha noutras águas, e corre, e ri, e joga noutras mesas e noutros tabuleiros, arrisca comer outras coisas... por outras palavras, solta-se e descontrai. Depois volta-se e retoma-se a vida rotineira, como quem apanha o comboio sempre à mesma hora conhecendo os indíviduos companheiros de viagem e as suas maleitas. E subitamente aproximamos-nos de quem julgamos conhecer bem e descobrimos fraquezas, quebras, falhas e vemos que temos de estar mais presentes, redefinir os tempos, os dias, as atenções, o amor. Aparece então a impotência, a incapacidade de corresponder ao que julgamos prioritário, o receio de não conseguir, o inevitável medo de desapontar e não satisfazer expectativas.
Posso ir de férias outra vez ??!...








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