Já há bastante tempo que verifico
um facto que, ao mesmo tempo que me elucida muitas situações do quotidiano,
também acaba por me desapontar um pouco. Há dias em que aceito bem. Há outros
em que me apetece dar um pontapé em qualquer lado, como se toda a revolta me
pudesse sair pela ponta do dedo mais esticado do pé! Passo a explicar. Descobri
que coloco as expectativas relativamente às pessoas, muito elevadas. É que é
frequente o sorriso abandonar-me o rosto quando aguardo esta ou aquela reação
de certas pessoas (e por vezes nem recebo nenhuma). O problema é que avalio os
outros por aquilo que eu penso, que eu sou. Não quero com isto dizer que estou
numa melhor posição que o “outro”, nada disso ! Mas talvez seja mais limitada
do que devia ser, pois se espero que os outros pensem e/ou reajam como eu… sou
eu que não estou correta. E vocês dizem: tens que ser mais tolerante, manter a
mente aberta, aceitar os outros como são. #$&%”%&$#$&”/& é o
que me apetece dizer às vezes ! Por muito menos do que reflexões destas é que
as pessoas se aproximam umas das outras e se associam, formam grupos, namoram,
casam, estabelecem laços, amizade… porque têm algo em comum, obviamente. Mas
estou a desviar-me do assunto. Estabeleço expectativas altas, dizia eu. E metas
a atingir. E coloco obstáculos no caminho. Há umas que precisam de ajuda para
os saltar, ou contornar. Há outras que já lhes foi ensinado como o fazer e
continuam a perguntar como os ultrapassam. As barreiras a transpor não são mais
altas que a minha perna. E por vezes, cansada, esgotadas as forças, derrubo os
obstáculos com um único dedo. E sigo o meu caminho. Sempre.
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