Já há bastante tempo que verifico
um facto que, ao mesmo tempo que me elucida muitas situações do quotidiano,
também acaba por me desapontar um pouco. Há dias em que aceito bem. Há outros
em que me apetece dar um pontapé em qualquer lado, como se toda a revolta me
pudesse sair pela ponta do dedo mais esticado do pé! Passo a explicar. Descobri
que coloco as expectativas relativamente às pessoas, muito elevadas. É que é
frequente o sorriso abandonar-me o rosto quando aguardo esta ou aquela reação
de certas pessoas (e por vezes nem recebo nenhuma). O problema é que avalio os
outros por aquilo que eu penso, que eu sou. Não quero com isto dizer que estou
numa melhor posição que o “outro”, nada disso ! Mas talvez seja mais limitada
do que devia ser, pois se espero que os outros pensem e/ou reajam como eu… sou
eu que não estou correta. E vocês dizem: tens que ser mais tolerante, manter a
mente aberta, aceitar os outros como são. #$&%”%&$#$&”/& é o
que me apetece dizer às vezes ! Por muito menos do que reflexões destas é que
as pessoas se aproximam umas das outras e se associam, formam grupos, namoram,
casam, estabelecem laços, amizade… porque têm algo em comum, obviamente. Mas
estou a desviar-me do assunto. Estabeleço expectativas altas, dizia eu. E metas
a atingir. E coloco obstáculos no caminho. Há umas que precisam de ajuda para
os saltar, ou contornar. Há outras que já lhes foi ensinado como o fazer e
continuam a perguntar como os ultrapassam. As barreiras a transpor não são mais
altas que a minha perna. E por vezes, cansada, esgotadas as forças, derrubo os
obstáculos com um único dedo. E sigo o meu caminho. Sempre.
quarta-feira, 30 de abril de 2014
terça-feira, 29 de abril de 2014
Entendo que a palavra tem um poder supremo. O seu significado pode ser extremamente importante, pelo que deve ser revelado. Se na minha mente ocorre o processo da formação de uma ideia, uma imagem (supostamente apreendida anteriormente), e se dando origem à formação de um pensamento que culmina na verbalização transcrevo o que penso para o papel, devo revelá-lo. Por isso, partilho. Mas não tudo... há palavras demasiado preciosas que só podem ser sussurradas, e de forma silábica, decrescente, quando os sentidos estão recetivos. Se mesmo assim o conteúdo não for entendido, a conversa deve prosseguir no silêncio deixando ao corpo a expressão da mesma.
domingo, 13 de abril de 2014
Os caminhos da vida
São como os carreiros no campo
Cresce mato e tens de ir por outro
Abre-se uma vala e tens de saltar
Na maior parte das vezes ficam inertes e nada cresce
O que havia é pisado e morre.
Há dias que encontras um caminho novo
E pensas que podias ter seguido esse caminho
Se ele existisse quando precisavas dele
Mas as marcas escavadas na cara
Por tudo o que passou por ti
Impedem-te de optares
Empurram-te na corrente do tempo
Onde constantemente um pedregulho te puxa para o fundo.
E nesse caminho novo
Floresce a vida
O perfume das flores envolve-te
A cor faz-te sorrir
E sonhas…
Por momentos em que os olhos se fecham
A felicidade chega aos lábios e esboças um sorriso
Todo o corpo sente de novo a vida
Mas ao abrires os olhos
Reconheces que o peso da experiência
Não se coaduna com um caminho que é novo para ti
Mas onde alguém caminha à tua frente
E retornas, triste.
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