quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Queria escrever-vos uma mensagem de Natal bonita, diferente de todas as que tenham recebido.
Queria agradecer a cada um de vós que lê as parvoíces que me passam pela cabeça.
Saibam que há mais gente fora de Portugal a ler-me do que os que cá estão.
Queria saber o nome de cada um para que os votos de Boas Festas fossem personalizados.
Gostava de saber quantos de vós não comemoram o "meu" Natal e porquê - se por serem de uma religião diferente, se por acharem que o consumismo reina sobre o espírito natalício, ou por outras razões...
Mas depois dou comigo a pensar em todos os que se encontram na maior miséria de sempre. Nas crianças que deixaram de chorar, cheias de pó e sangue seco, de olhar perdido, sem brilho. Nas mães que lamentam a perda dos filhos num qualquer rebentamento. Nos filhos mais velhos que se recusam a deixar para trás um corpo de um irmão mais novo que embalam morto nos braços...
Dou comigo a pensar na fome, na falta de vacinação a que tantas crianças estão sujeitas, na falta de afeto, de instrução, de orientação.
Vem-me ao pensamento as mulheres (e tantos homens) vítimas de violência doméstica, e as crianças que são "apanhadas" nessa rede de maus tratos.
Penso nas crianças vítimas de desejos absurdos de adultos cujas sentenças deviam ser mais pesadas e cumpridas.
Penso nestes burlões todos que andam à solta a comer à conta dos impostos que pago e dos quais não posso fugir.
Penso que tenho tido tudo o que preciso.
Que sou feliz com o que tenho, embora nada seja meu porque estou de passagem e essa possessividade é apenas temporária.
E sinto um pontinha de culpa.

Por tudo isto, a minha mensagem só pode ser,

sejam felizes onde quer que estejam, como quer que estejam

Façam uma oração pelos que precisam mais do que nós, porque há sempre quem precise.
E tenham esperança.
Acreditem.

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