quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Frequentemente levamos a vida à pressa. Queixamos-nos de como tudo passa depressa, que não temos tempo para nada, que o dia devia ter mais umas três ou quatro horas... Não sou exceção. Ainda por mais sou geminiana com ascendente em gémeos e dá-me verdadeiro prazer fazer várias coisas ao mesmo tempo e ser rápida no que faço é um orgulho. No entanto, quando a correria é muita há sempre algo que nos faz tropeçar e andar mais devagar, ou mesmo parar. Hoje, a minha correria diária ficou mais lenta fisicamente dando espaço à introspeção. Constatei que não é preciso correr, andar à pressa. Se não se fizer agora, faz-se depois. Mas aquilo que fizer agora, se o fizer de forma moderada sem pressas, sou capaz de aproveitar o momento. Se o fizer à pressa nem tomo o sabor de nada, simplesmente faço, executo. Mais vale fazer menos mas com mais sabor, retirando prazer do que se faz. Imagine-se um simples beijo de despedida de manhã. Não pode ser um simples toque de pele, um gesto automático. Acrescente-se uma carícia, um olhar, um abraço, algo diferente todas as manhãs porque todas as manhãs são diferentes. Da mesma forma, não coce a orelha do seu cão com desapego. Faça-lhe festas ao mesmo tempo que fala com ele, olhe-o nos olhos e perceba o que ele lhe diz com o olhar e com os gestos da cauda. Não se limite a aceitar um dia de sol. Procure as abelhas que rodopiam as flores ou as formigas trabalhadoras que lhe fogem debaixo dos pés. Não basta o "Bom dia, como está?", espere para ouvir a resposta ! Afinal interessa ou não saber como está a pessoa que cumprimentou ? As palavras se forem ditas sem serem sentidas não têm o mesmo valor. Os momentos se não forem aproveitados são desperdiçados pois já não voltam.
Vale a pena pensar nisto. Não ?...

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quinta-feira, 12 de outubro de 2017

Ai se eu pudesse amar-te com o poder do vento !
Em dias calmos acariciava-te como uma brisa suave de fim de tarde de verão
Semeando em ti o desejo de refrescar a pele sobre uns pálidos lençóis...
Ai se eu tivesse o poder de te rodear e sentir todo o teu corpo como o vento faz !
Volvia-te o cabelo, rodopiava à tua volta
Embriagava-te com beijos e sussurros até ficares com o olhar fixo no meu transbordando de loucura todo o sentimento negado
Ai se eu pudesse !
Amava-te devagar como uma brisa
Amava-te com pressa qual furacão
Amava-te quieta, sem vento, sem poderes próprios
Amava-te em todas as velocidades... se eu pudesse.

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