Hoje vou apenas transcrever umas palavras sobre um assunto que me seduz: adolescência ! há tanto para dizer, partilhar, aprender... são apenas algumas palavras retiradas do site
http://educacao.aaldeia.net/dialogar-com-todos/
«Gostaria muito de que as pessoas
mais velhas soubessem pôr-se mais ao nosso nível. Aborreço-me profundamente ao
ouvir os adultos falarem como se estivessem num pedestal e com tanta segurança.
Parece que estão convencidos de que têm sempre razão e que esta afirmação é —
por definição — indiscutível. Muitas vezes, quando tentamos dialogar com eles
só sabem responder: “Acabou-se a conversa. Faz o que eu te estou a dizer. Tu
não percebes nada disto”.
«É verdade que nós jovens, com frequência, não facilitamos muito a comunicação
com os nossos pais e professores porque agimos de um modo imaturo e rebelde. No
entanto, penso que a falta de diálogo é prejudicial para ambos os lados.
Porventura as pessoas mais velhas não foram também jovens? Como é que se
sentiam quando os seus pais e educadores lhes negavam a possibilidade de
dialogar com eles? Será que já não se lembram disso?».
São palavras de um adolescente dos nossos dias que nos devem fazer reflectir. É
natural que os jovens e as pessoas mais velhas vejam a vida de um modo
diferente. Aliás, o contrário é que seria profundamente estranho. A vida é como
é, mas a perspectiva a partir da qual os jovens e as pessoas maduras olham para
ela não é, evidentemente, a mesma. E a perspectiva é o nosso modo de focar os
problemas com que nos encontramos. Custa-nos admitir que existem perspectivas
diferentes da nossa e igualmente válidas. O passar dos anos — se não estamos
atentos a isso — pode fazer-nos perder flexibilidade e abertura interior para
procurar entender outras visões do mundo diferentes da nossa.
Todos nós, quando éramos mais jovens, olhávamos para a vida de um modo
diferente. O problema é que — não se sabe por que carga de água — tendemos a
esquecer-nos disto com o passar do tempo. Hoje em dia, damo-nos conta de que os
nossos pais e professores tinham razão em muitas coisas que nos diziam. E que
aquilo que nos comunicavam não era fruto de um autoritarismo mal entendido, mas
sim da sua experiência da vida e do seu enorme carinho por cada um de nós. No
entanto, há uns anos atrás, não conseguíamos perceber isto com tanta nitidez.
Termino com uma sugestão para os pais e educadores actuais: não dramatizemos
assuntos sem importância. É saudável e normal que os jovens vejam a vida de um
modo diferente. Podemos aprender muito com eles, ouvindo-os com um interesse
genuíno. Mantenhamos o espírito aberto — sinal maravilhoso de juventude
interior — e a capacidade sincera para dialogar com todos, sobretudo com os
mais jovens. Assim, será muito mais fácil sabermos transmitir a “sabedoria” que
acumulámos com o estudo, a reflexão e o passar dos anos, e que os jovens tanto
necessitam e desejam receber.
(Rodrigo Lynce de Faria)